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Mais de 70% dos estudantes negros não têm celular ou computador para ensino à distância

9 de julho de 2020

Dados correspondem aos estudantes negros que fizeram o Enem em 2019; indígenas e moradores das regiões Norte e Nordeste do país também são os mais prejudicados pela modalidade de ensino EAD

Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Agência Brasil

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Com as medidas de isolamento social decretadas por causa da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a maioria dos estudantes do país migraram do ensino presencial para o ensino à distância. Em razão das desigualdades socioeconômicas, os estudantes negros foram os mais prejudicados pela mudança.

Um levantamento do Quero Bolsa, plataforma de bolsas de estudo e vagas no ensino superior, aponta que 74,44%, dos 58% de estudantes negros que realizaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2019, não têm estrutura mínima em casa para assistir aulas à distância. Por estrutura mínima, entende-se acesso à internet e um aparelho celular ou computador. 

Segundo o estudo, realizado a partir de microdados do Enem do ano passado, entre todos os estudantes que compareceram nas provas, 21% não tinham estrutura mínima para estudar à distância.

Desses 21%, quando se trata dos candidatos negros – pretos ou pardos – essa proporção sobe para 27,72%. Para indígenas, o número é de 39,58%. No caso de brancos, a taxa cai para 11,29%.

Por região, as mais prejudicadas pela mudança do ensino presencial para o ensino à distância são o Norte e Nordeste. Todos os 15 estados com maior proporção de estudantes sem infraestrutura mínima para o EAD estão nessas regiões. Enquanto os estados do Sul e do Sudeste são 7 entre 10 com menores taxas.

A maiores taxas são do Pará (49%), Amapá (48%), Acre (47%) e Maranhão (46%). Já as menores taxas são do Rio de Janeiro (12%), Paraná (9,45%), São Paulo (8,89%) e Santa Catarina (6,46%).

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