Familiares serão atração em carro que destaca o empoderamento feminino e negro na Vila Isabel, Rio de Janeiro; Vai-Vai, em São Paulo, mantém segredo sobre a participação da família no Anhembi
Texto / Pedro Borges
Imagem / Anistia Internacional
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
A família de Marielle Franco, ex-vereadora assassinada em Março de 2018, desfilará no carnaval do Rio de Janeiro e de São Paulo, nas escolas Vila Isabel e Vai-Vai, respectivamente. Ambas agremiações destacarão a luta do povo preto e a força das mulheres negras durante o festejo.
A Vila Isabel, escola de samba do Rio de Janeiro, desfila na segunda-feira de Carnaval na Sapucaí com o enredo ”Em nome do Pai, do Filho e dos Santos. A Vila canta a Cidade de Pedro”. A apresentação homenageia a cidade de Petrópolis e a luta para o fim da escravidão no Brasil.
O samba foi escrito por uma equipe, formada pelos compositores André Diniz, Evandro Bocão, Professor Wladimir, Júlio Alves, Marcelo Valência, Dedé Augusto e Ivan Ribeiro. O carnavalesco responsável pelo desfile na avenida é Edson Pereira.
“O carnavalesco foi super respeitador com a família, ligou, veio a nossa casa. O Edson é um homem pela causa, preocupado pela família”, recorda Anielle Franco, jornalista e irmã da ex-vereadora.
Em São Paulo, a tradicional Vai-Vai, maior campeã do samba paulista, desfila com o tema “Quilombo do Futuro” e apresenta ao público a resistência do povo preto e figuras importantes na luta antirracista.
A participação da família pelo Anhembi ainda é segredo e só será revelada durante a passagem da escola na avenida, que está marcada para a madrugada de sábado, à 1h45.
Para Anielle, essas participações são fundamentais para manter presente o legado de Marielle Franco.
“É uma homenagem a luta do povo negro e a gente vai participar por ela. Ela era alegria e adorava o carnaval, pulava e curtia muito. Chega até a emocionar. É importante para não deixar a causa morrer e deixar essa memória viva”.