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Ex-ministro do Esporte, Orlando Silva anuncia pré-candidatura à prefeitura de São Paulo

16 de agosto de 2019

Com experiência em vários cargos públicos, o baiano pretende fomentar o desenvolvimento econômico e social da cidade

Texto / Lucas Veloso | Edição / Pedro Borges | Imagem / Acervo pessoal

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Nascido na década de 70, em Salvador, na Bahia, Orlando Silva de Jesus Junior é pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo Partido Comunista do Brasil, o PCdoB.

Por acreditar no potencial da cidade, decidiu entrar na disputa eleitoral pelo cargo. “A cidade tem um orçamento anual de 60 bilhões de reais, com potencial para atrair indústria de tecnologia, pensar em projetos para facilitar seu desenvolvimento em conjunto com as grandes universidades. Gerar oportunidades”, comenta.

Como o único negro pré-candidato até agora, Orlando acredita que pode ser o único na campanha também. “Conheço as dificuldades adicionais enfrentadas pelo negro devido ao racismo, conheço o preconceito”, cita.

São Paulo foi a cidade que o recebeu quando chegou na diretoria da UNE, nos anos 90. “Formei minha família, tive dois filhos, dona Maria e Pedrão, e tenho outro a caminho, o João.

Aqui é a minha cidade”, destaca. “Eu gosto, conheço e vivo São Paulo. Vou à feira, frequento bares e restaurantes, rodas e escolas de samba, futebol de várzea”, complementa

Como propostas à cidade, pretende retomar a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Além disso, programas de valorização dos negros na gestão. “Pretendo trabalhar em cima da realidade e elaborando políticas públicas focadas na geração de emprego e renda para atenuar o desemprego e a miséria, que afetam mais os negros”, observa.

Na Câmara Federal, o parlamentar atuou na CPI de investigação do genocídio da juventude negra, “algo absolutamente dramático na periferia paulistana”, segundo ele.

Enfrentar os impactos sociais da crise econômica com a ampliação do investimento público, e usar a criatividade e força de trabalho das pessoas em prol do desenvolvimento da cidade é parte do projeto de governo do pré candidato.

“Como uma cidade desse porte pode se acomodar diante da situação dramática do nosso povo, como desemprego, aumento da miséria, da população de rua, da violência que aflige as periferias?”, questiona. “São Paulo pode ajudar a minimizar essa tragédia por meio de políticas públicas, investimentos sociais, parcerias que mobilizem a força empreendedora e criativa da cidade. São Paulo pode ser a cidade do trabalho e também da solidariedade”, responde.

Trajetória

Nasceu em Lobato, bairro pobre na periferia de Salvador. Com 17 anos, organizou e dirigiu o grêmio de sua escola, pelo qual reivindicou a presença de professores na Secretaria Estadual de Educação. No mesmo ano, filiou-se ao PCdoB.

Silva foi o único negro eleito presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), o que para ele é um orgulho, mas também mostra como o acesso ao ensino superior para os negros e pobres é algo recente perante os séculos de escravidão no país.

“Na UNE, fomos muito combativos para defender as universidades públicas, lutar pela política de cotas no ensino superior e lutar contra as privatizações das empresas estatais e a entrega do patrimônio nacional. Também fui presidente da União da Juventude Socialista”, relembra.

Mais tarde, em 2003, no governo do ex-presidente Lula, exerceu diversas funções no Ministério do Esporte. Três anos depois foi nomeado Ministro, cargo que ocupou até 2011. Na sua gestão, um dos destaques foi o Bolsa Atleta, programa de apoio financeiro aos esportistas no país.

Em 2012, foi eleito vereador de São Paulo. Dois anos depois, em 2014, assumiu como deputado federal. Como parlamentar, foi presidente da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, responsável em pensar políticas públicas aos trabalhadores urbanos e rurais, servidores públicos, entre outras classes.

Hoje, o deputado avalia que o país vive ‘um momento mais difícil para o Brasil desde a ditadura’. Ele se refere ao atual governo de Jair Bolsonaro. “Temos dialogado muito no Congresso, impulsionado as mobilizações nas ruas, na busca de construir uma frente ampla para defender a democracia e consiga barrar a agenda autoritária de Bolsonaro”, pontua.

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