Autor de livro e morador da periferia do Distrito Federal, Mateus Santos trabalha na ideia de evento sobre literatura
Texto / Lucas Veloso | Edição / Pedro Borges | Imagem / Acervo pessoal
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Mateus Santana tem 27 anos. É nascido e criado em Samambaia Norte, periferia de Taguatinga, no Distrito Federal . O menino sempre frequentou a escola pública e, durante esse período, percebeu a necessidade das pessoas que moram nas periferias acessarem literatura.
Na juventude, sentiu mais necessidade de conectar as pessoas com os livros e criou o esboço da Bienal do Livro da Quebrada. O objetivo do evento é o de incluir a periferia na literatura e permitir que as obras escritas por essa população sejam publicadas.
Mateus também é escritor do livro ‘O amor ao próximo é legalizado’, obra sobre o sentimento e suas diversas formas.
“Eu penso em dez dias de evento, com palestras, rodas de conversa, workshops, oficinas e shows”, comenta. “Na minha quebrada tem um monte de escritor que nunca lançou livro mas fez músicas como MC, e além disso, tem diversas formas que as periferias se comunicam”, completa.
De acordo com um levantamento publicado pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília (UNB), mais de 70% dos livros publicados por editoras entre 1965 e 2014 foram escritos por homens; 90% deles por homens brancos, de classe média e do eixo Rio de Janeiro/São Paulo.
“O meu maior sonho com a Bienal é gerar uma movimentação que mude as estruturas do país. A gente entende o poder da leitura como vetor de transformação”, pontua. “Eu falo por experiência própria. Foi através da literatura que decidi fazer faculdade, publicar um livro, além de outras possibilidades”, complementa.
Por enquanto, a ideia está no papel. Mateus está em busca de patrocinadores que apoiem o projeto financeiramente. Por outro lado, por acreditar na importância da literatura, está empenhado em um projeto de arrecadação de livros para abastecer espaços localizados nos bairros pobres.