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Cineasta fará filme sobre o cotidiano de usuários de crack

22 de maio de 2018

Longa sobre região marcada pela concentração de usuários tem como objetivo proporcionar ponto de vista além do senso comum; ator de “Cidade de Deus” foi convidado para o projeto

Texto / Amauri Eugênio Jr.
Imagem / Divulgação

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Segundo pesquisa divulgada em 2017 pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, 1,8 mil pessoas estavam no fluxo de usuários de crack na região do Centro de São Paulo marcada pelo uso e tráfico da droga. Apesar de ações adotadas pela Prefeitura do município no mesmo ano, que colocaram a integridade física de tais pessoas em risco, o trânsito de pessoas lá continua intenso.

É este contexto que o cineasta Hugo Marques, criador do canal do YouTube “Mundo Black TV”, pretende registrar em um longa-metragem sobre a região e o perfil das pessoas que lá ficam.

O realizador pretendia, em princípio, fazer um documentário sobre o sistema genocida pelo qual o local é marcado, mas decidiu dar características ficcionais ao projeto após conhecer histórias de usuários que se prostituíam na parte central da cidade.

De acordo com Marques, pessoas inseridas nesse cenário saem de lá para aproveitar a vida noturna de São Paulo. E é esse contraste social que o possibilitou a desenvolver roteiro que abordasse as trajetórias delas por meio de perspectiva humanizada.

O filme terá também participação do ator Rubens Sabino, conhecido por ter interpretado Neguinho em “Cidade de Deus”, foi convidado para participar do projeto. Sabino, atualmente em tratamento para livrar-se do vício, foi encontrado em 2017 na região.

“Além dele ser um ótimo ator, certamente ele traria legitimidade ao projeto”, explica o realizador sobre o convite feito ao ator para ações como opinar sobre o roteiro e integrar a equipe de pesquisa do longa, para transmitir o seu conhecimento na construção da trama. Apesar de ter gostado do projeto, o ator ainda estuda se participará ou não da produção.

O longa, que será feito de modo independente e cujas gravações começarão em 2019, abordarão também movimentos populares como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Mães de Maio e Luta Livre, além de prestar homenagem à ex-vereadora fluminense Marielle Franco e às vítimas fatais da Ocupação do Paissandu, cuja tragédia aconteceu no início de maio.

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