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Nobel da Paz vai para militantes que denunciam a violência sexual

11 de outubro de 2018

Congolês e iraniana que lutam diretamente para erradicação deste mal vão dividir prêmio. Ambos acreditam que a justiça é responsabilidade do mundo

Texto / Thalyta Martins
Imagem / Reprodução

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O médico congolês Denis Mukwege (63), e a iraquiana Nadia Murad (25), dividirão o Nobel da Paz deste ano, concedido na sexta-feira (5), por lutarem pelo fim do “uso da violência sexual como uma arma de guerra e conflito armado”. O prêmio foi anunciado em Oslo, capital da Noruega e será entregue oficialmente em 10 de dezembro na mesma cidade.

Denis Mukwege, conhecido também como Doutor Milagre, é lembrado por seu trabalho ajudando vítimas de estupro por meio do seu hospital Panzi, fundado no final da década de 90 na República do Congo, pela instituição City of Joy, e também por sua pressão e críticas frequentes a governantes por não serem eficientes na erradicação dessa violência. O país já foi chamado de “capital do estupro” pela Organização das Nações Unidas (ONU). Ele, que desenvolveu uma técnica menos invasiva para tratar lesões sexuais graves, e sua equipe já atenderam mais de 40 mil vítimas, ajudando-as também no tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e no acolhimento psicológico.

Já Nadia Murad é reconhecida por sua resistência e coragem. Ela, que foi sequestrada e estuprada por três meses seguidos no Iraque por ser da minoria oprimida yazidi, é uma voz ativa contra o estupro e o tráfico humano em todo mundo. Em 2016, dois anos depois do sequestro e de ver seus familiares serem mortos por terroristas do Estado Islâmico, foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade para dignidade dos sobreviventes do tráfico humano do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC). No livro “The last girl” (A última garota) Nadia conta um pouco de sua história de vida.

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