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Três pessoas são presas pelo assassinato de Mãe Bernadete

Dos três presos, um foi o executor do crime; investigações buscam por um segundo executor

Texto: Dindara Ribeiro | Edição: Nataly Simões | Foto: Henrique Duarte

Imagem mostra Mãe Bernadete, uma idosa negra que veste roupas brancas.

Foto: Foto: Henrique Duarte

4 de setembro de 2023

Três pessoas envolvidas no assassinato da ialorixá e líder quilombola Mãe Bernadete já foram presas. Desses três, um foi o executor do crime. Ainda não há informações oficiais sobre a motivação do crime e as investigações buscam por um segundo executor do crime.

As informações foram divulgadas pela Polícia Civil nesta segunda-feira (4) durante coletiva de imprensa com o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner; a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito; e a diretora-geral do Departamento de Polícia Técnica (DPT), perita criminal Ana Cecília Bandeira, que deram atualizações sobre as investigações da morte da ialorixá.

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coletiva de imprensaEm coletiva de imprensa, a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito; o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner; e a diretora-geral do Departamento de Polícia Técnica (DPT), Ana Cecília Bandeira, comentaram atualizações sobre o caso | Foto: Dindara Ribeiro/Alma Preta Jornalismo

Durante a coletiva, a delegada Heloísa Brito comentou sobre o papel que cada pessoa presa até o momento teve no crime. “O primeiro indivíduo foi preso com o celular da vítima, o segundo indivíduo teria sido um dos executores e o terceiro indivíduo teria guardado as armas que foram utilizadas no crime. Entretanto, é importante frisar que as investigações continuam”, destacou.

Ainda conforme a delegada, as prisões ocorreram nos dias 25 de agosto e 1º de setembro em dois municípios baianos: Araçás e Simões Filho, região metropolitana de Salvador.

De acordo com o secretário Marcelo Werner, duas armas também foram apreendidas com um dos presos, sendo pistolas de calibre 9 e 7,65 milímetros, compatíveis com os estojos e projéteis encontrados na cena do crime.

armas crime bernadeteAs armas utilizadas no crime já foram apreendidas e apresentadas em coletiva de imprensa | Foto: Dindara Ribeiro/Alma Preta Jornalismo

Ao todo, as investigações apontam que 21 celulares foram apreendidos e 64 pessoas já foram ouvidas. As imagens de câmeras de segurança também estão sob aguardo de análise pela perícia. No entanto, o secretário destacou que ainda é “precipitado” divulgar a motivação do crime, que está sob sigilo.

“A questão da motivação para gente agora é precipitada dar algum tipo de informação sob pena de ver todo o trabalho que foi feito de forma célere, eficiente e competente nessas três primeiras semanas ser colocada abaixo, inclusive, colocando a segurança de eventuais pessoas e testemunhas que podem vir colaborar em xeque”, avaliou.

Até o momento, a Polícia Civil também descarta, a princípio, a contratação de atiradores para execução do crime.

“Há informações de, pelo menos, dois executores, então espera-se que tenha mais uma pessoa envolvida, mas pode ser que haja mais. As investigações continuam e vão avançar para alcançar todos, inclusive se houver mandante ou outra pessoa que indiretamente auxiliou também, seja na ocultação ou recebimento de algum bem”, informou o secretário da SSP, Marcelo Werner.

O caso

Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada dentro de sua casa no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, na Bahia, no dia 17 de agosto.

Segundo testemunhas, dois homens entraram na casa de Mãe Bernadete e efetuaram os disparos contra a liderança quilombola, que não resistiu aos ferimentos. Ela era uma das principais referências do território, e lutava pela investigação do assassinato do filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, ocorrido em 2017.

A líder quilombola também fazia parte da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), maior organização política quilombola do país.

 

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  • Dindara Paz

    Baiana, jornalista e graduanda no bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade (UFBA). Me interesso por temáticas raciais, de gênero, justiça, comportamento e curiosidades. Curto séries documentais, livros de 'true crime' e música.

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