Um estudo apresentado durante o “Seminário das Quintas” sobre “Segurança Alimentar no Distrito Federal: Um Panorama Sociodemográfico”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) na última quinta-feira (5), revelou que em 21% (196.362) das residências do Distrito Federal (DF), os moradores convivem com algum grau de insegurança alimentar.
De acordo com o estudo, conduzido pelas pesquisadoras Francisca Lucena e Maria Salete Queiroz, do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (PFEDF), os domicílios estão classificados em quatro situações:
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Segurança alimentar – a família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais;
Insegurança alimentar leve – há uma preocupação ou incerteza quanto ao acesso a refeições no futuro, além do racionamento de alimentos para não comprometer a quantidade deles;
Insegurança alimentar moderada – quando há uma redução quantitativa nos padrões de alimentação entre os adultos, decorrente de sua diminuição;
Insegurança alimentar grave – quando há uma redução quantitativa de alimentos também entre as crianças, resultante da falta de comida entre todos os moradores, incluindo as crianças.
A pesquisa também aponta que residências chefiadas por mulheres negras no DF apresentam um índice quase três vezes maior de insegurança alimentar do que as conduzidas por homens não negros. O índice de insegurança nas casas em que a mulher negra é provedora é de 31.9%; nos chefiados por homens não negros é de 11.5%; as administradas por homens negros 19.1%; e por mulheres não negras 19.2%.
Em números totais, os 21% dos domicílios que enfrentam algum grau de insegurança alimentar representam 196.362 residências. Em relação a moradores, 4.59% (134.459) se encontram em um grau grave de insegurança.