Um adolescente negro foi espancado pelos colegas de escola na saída da escola estadual Amadeu Amaral, no Belenzinho, em São Paulo. O jovem, que não terá a identidade revelada para preservação de sua imagem, foi atacado com socos na boca e ofensas racistas contra divindades de religiões de matriz africana.
Os ataques começaram após uma professora citar a mãe do aluno, Adriana de Toledo, como exemplo em sala de aula, devido à sua trajetória em defesa dos direitos humanos e nas lutas dos povos de religiões de matrizes africanas.
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A militante é conhecida como “Adriana de Nanã”, o que foi motivo de provocações dos alunos. Os estudantes também fizeram insultos homofóbicos ao adolescente negro e apologia ao estupro contra Nanã, orixá que a mãe da vítima é consagrada.
“Para provocar ele no dia, eles falaram de mim. Falaram de Nanã, ficaram provocando com meu nome, várias coisas nesse sentido. Como ele não caiu na provocação, falaram que a entidade deveria ser estuprada”, relatou a mãe.
Segundo a advogada Cristiane Natachi, as ofensas e insultos duraram dois dias e terminaram com a agressão física. “Covardemente, cerca de 7 alunos o cercaram e um deles iniciou o espancamento”, explicou.
De acordo com a defesa, a vítima é uma pessoa com deficiência intelectual e sua percepção de defesa é menor.
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Provocações contra a vítima eram frequentes
O boletim de ocorrência registrado pela mãe do adolescente negro diz que as provocações dos agressores eram constantes. “Desde que ele entrou nessa escola, ele sofre perseguição”, disse a mãe.
Adriana teme pela segurança do filho, pois depois de espancá-lo, os outros alunos ainda o seguiram na rua. A vítima vai acompanhar o calendário escolar à distância para não retornar à instituição de ensino no momento.
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Secretaria de Educação diz que tomou medidas restaurativas
Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual de Educação disse que “assim que soube do fato, que aconteceu fora da escola, a equipe gestora convocou os responsáveis dos envolvidos para uma reunião”.
A unidade adotou as medidas restaurativas previstas, com o registro na Plataforma Conviva SP (Placon) e ações de conscientização no ambiente escolar.
A pasta afirmou ainda que realiza encontros formativos para promover cultura de paz, valorização da vida, mediação de conflitos e educação antirracista dentro do ambiente escolar.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP), por sua vez, informou que o caso é investigado pelo 81º Distrito Policial.
“A vítima foi ouvida e a autoridade policial intimou a diretora do estabelecimento de ensino para prestar declarações visando ao esclarecimento dos fatos”, disse a nota enviada à Alma Preta.