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Caso João Pedro: familiares de vítimas da violência protestam contra absolvição de policiais

Ao inocentar os policiais, juíza alegou que os policiais agiram em legítima defesa; para vereadora, caso deveria ter ido à júri popular
Familiares e amigos de João Pedro, de 14 anos, morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 2020, realizam manifestação em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

11 de julho de 2024

Familiares de vítimas da violência policial protestaram na frente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) nesta quinta-feira (11) contra a absolvição dos policiais envolvidos na operação que resultou na morte do adolescente negro João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, na comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, em 2020.

De acordo com informações da Agência Brasil, com cartazes pedindo justiça e aos gritos de “não nos calaremos” e “a polícia mata e o judiciário enterra”, os manifestantes caminharam entre a avenida Erasmo Braga, onde fica a lateral do prédio do Tribunal de Justiça, até a avenida Presidente Antônio Carlos, onde fica a frente do edifício.

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João Pedro brincava com os amigos na casa do tio quando a residência foi atingida por mais de 70 tiros, disparados por policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). O menino foi atingido na barriga e socorrido por helicóptero, mas não resistiu.

Na foto, o adolescente João Pedro Mattos Pinto, morto em 2020 em decorrência de operação conjunta da polícia Militar e Civil.
O adolescente João Pedro, morto em 2020 em decorrência de operação conjunta das polícias Militar e Civil. (Reprodução)

No processo, os policiais Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister foram acusados de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e torpe, e fraude processual. No entanto, os três foram absolvidos de ambas acusações na terça-feira (9).

A juíza Juliana Bessa Ferraz, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ), acatou a versão relatada pelos policiais, de que havia uma troca de tiros com criminosos no momento em que João Pedro foi atingido, e considerou que os agentes agiram em legítima defesa.

A vereadora Monica Cunha (PSOL), presidente da Comissão de Combate ao Racismo e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, acompanhou a manifestação e se manifestou contrária ao modo como o caso foi julgado.

“Eu sou uma vereadora, mas antes sou mãe e também tive meu filho assassinado dentro dessa cidade e por esse estado racista. Lutamos para que mães como essa tenham uma decisão justa, lutamos por justiça, tinha que ter ido à júri popular”, afirmou.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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