Integrantes da Coletiva da Visibilidade Lésbica de SP estenderam, nesta quinta-feira (29), as bandeiras da resistência lésbica pelo fim do lesbocídio, no Viaduto Martinho Prado, localizado no bairro da República, em São Paulo. A ação acontece no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de agosto.
O coletivo enxerga a data como um momento de celebrar e reforçar a luta por igualdade, direitos e inclusão. Além disso, o dia também é dedicado a discutir políticas públicas de combate à lesbofobia e dar visibilidade à comunidade lésbica no Brasil.
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Para a comunidade lésbica, o mês voltado à inclusão e visibilidade do tema é essencial para reforçar a importância de combater a lesbofobia e o apagamento da sexualidade feminina.
“A fúria lésbica tem tomado o país, não nos conformaremos com lesbocídio. Vamos às ruas e no parlamento lutar por políticas públicas que possam nos garantir vida digna. Sapatão quer acesso à educação, trabalho, moradia e lazer”, ressaltou à Alma Preta Débora Dias, co-vereadora da Mandata Coletiva Quilombo Periférico e integrante da Coletiva da Visibilidade Lésbica de SP.
Agosto reúne datas de luta e visibilidade lésbica
No calendário de lutas sociais, o mês de agosto se destaca por dois períodos importantes, entre eles, o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 deste mês. O Dia do Orgulho Lésbico também representa um marco para a comunidade, que o celebra em 19 de agosto.
A primeira data foi escolhida em razão do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), realizado em 1996. O evento teve como objetivo dar visibilidade à existência das mulheres lésbicas, às violências que enfrentam e às demandas do movimento.
O Dia do Orgulho Lésbico, por sua vez, foi estabelecido para homenagear Rosely Roth, como uma forma de lembrar a luta constante da ativista LGBTQIAPN+, que organizou uma revolta em frente ao Ferro’s Bar, em São Paulo, no dia 19 de agosto de 1983.
Na época, o local era um ponto de encontro da comunidade e o episódio ficou marcado como o “Stonewall brasileiro”. Em junho de 1969, houve o primeiro levante contra a discriminação ao público LGBTQIAPN+ nos Estados Unidos. O fato se tornou um importante marco para a história mundial do movimento.
Assim como nos EUA, as incursões policiais no Ferro’s Bar eram recorrentes e as frequentadoras eram expulsas do bar paulista, mas sempre voltavam para o ocupar o espaço.
Movimento quer renomear rua e tem proposta de lei
Foi diante desse contexto que a Coletiva saiu às ruas para exigir justiça pela morte de Luana Barbosa e Carol Campelo, vítimas de lesbocídio, e para promover a memória lésbica. Entre as reivindicações, está a proposta de renomear a rua Martinho Prado para rua Rosely Roth, por meio de um projeto de lei articulado com a Mandata Coletiva Quilombo Periférico.
Outras ações promovidas pela Coletiva incluem uma homenagem a espaços e personalidades da cena lésbica, que ocorrerá nesta sexta-feira (30) na Câmara Municipal de São Paulo. Durante o evento será protocolado o Projeto de Lei “Programa de Enfrentamento ao Lesbocídio – Luana Barbosa”. Além disso, no dia 7 de setembro, a Coletiva organizará o Festival da Visibilidade Lésbica na Quadra dos Bancários.
“Amar outra mulher é um ato revolucionário e o patriarcado odeia as mulheres. Ser visível é a saída para a nossa sobrevivência. Visibilizar é preciso. Por nós, por toda nós, pelo bem viver”, destacou a ativista Cinthia Abreu.