A cúpula do Y20, o grupo oficial de engajamento da juventude do G20, reuniu jovens líderes de todo o mundo no Rio de Janeiro para discutir soluções para os desafios globais mais urgentes. O encontro culminou na aprovação de um comunicado, assinado nesta quinta-feira (29) por todos os delegados presentes. O documento será entregue aos chefes de Estado do G20, que se reunirão no Brasil em novembro.
Participaram do evento 145 delegados e convidados internacionais, além de cerca de 2 mil jovens brasileiros. As discussões foram divididas em cinco trilhas principais: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; mudanças climáticas, transição energética e desenvolvimento sustentável; reforma do sistema de governança global; inclusão e diversidade; e inovação e futuro do trabalho.
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Entre os principais pontos do documento estão a defesa de uma nova arquitetura fiscal com taxação progressiva e medidas rigorosas contra a evasão fiscal, a criação de um Fundo para a Juventude, o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, e a regulamentação da Inteligência Artificial. A proposta de criação do Fundo para a Juventude ecoa a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, defendida pelo presidente Lula à frente do G20.
Entre as medidas sugeridas estão auditorias para garantir sistemas de IA justos e responsáveis, medidas para uma transição justa para trabalhadores impactados pela automação, e a criação de comissões nacionais para avaliar o impacto da IA e propor regulamentações.
Philippe Diogo, chefe da delegação brasileira no Y20 e líder das discussões sobre combate à fome e pobreza, destacou a relevância da proposta de uma nova arquitetura fiscal.
“Essa proposta reflete a urgência em diminuir as desigualdades sociais, propondo uma revisão das formas de fiscalizar as disparidades de riqueza, com foco no financiamento dos jovens e na cooperação internacional para combater a evasão fiscal”, afirmou. Diogo também destacou a importância de frear o aumento das disparidades econômicas, propondo um debate global sobre o papel do capital na sociedade.
O comunicado também destaca a importância da proteção dos direitos dos trabalhadores, propondo a garantia de trabalhos justos, ambientes de trabalho saudáveis, com foco na saúde mental e física, além de acordos de trabalho híbridos que permitam horários flexíveis e o “direito de se desconectar”.
Na pauta climática, os jovens do G20 pedem o reconhecimento e apoio a refugiados e deslocados climáticos, a inclusão da educação ambiental em currículos escolares, financiamento climático para perdas e danos, e uma transição energética justa. Outras demandas incluem desmatamento zero até 2030, incentivo a práticas agroecológicas e inovadoras, e medidas para combater a desinformação sobre o clima.
A juventude do G20 também reafirma a importância de incluir mulheres jovens, indígenas, pessoas com deficiência e outros grupos vulneráveis na agenda de governança global. O documento cobra políticas antidiscriminação e contra o discurso de ódio, sugerindo campanhas educacionais e políticas de segurança na internet.