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Coordenadora do MNU notifica Meta extrajudicialmente por racismo algorítmico

Simone Nascimento solicitou prazo de 15 dias para a empresa explicar alerta contra termos ligados a negritude
Imagem mostra a coordenadora do MNU Simone Nascimento, com a bandeira do movimento ao fundo.

Foto: Rodrigo Romeo

6 de setembro de 2024

Usuários de plataformas digitais da Meta denunciaram, nesta quinta-feira (5), que as pesquisas relacionados à palavra “negra” geram um alerta para informar que o termo “pode estar vinculado à comercialização de drogas”. Em nota, a empresa chamou o episódio de “problema técnico” e se desculpou “por qualquer inconveniente”.

Segundo informações do portal G1, o mesmo alerta não apareceu em buscas pelo termo “branca” ou quando é pesquisada a palavra no masculino, como “negro”. O problema foi corrigido horas depois pela empresa que administra o Instagram e o Threads. 

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Em resposta ao alerta, a coordenadora do Movimento Negro Unificado (MNU) e candidata à vereadora de São Paulo, Simone Nascimento (PSOL), notificou extrajudicialmente a Meta por racismo algorítmico nesta sexta-feira (6).

“Tal ação se deve ao fato de usuários do Instagram terem encontrado associação ao termo ‘drogas ilícitas’ ao escreverem termos como ‘mulheres negras’, ‘negros’, ‘cultura negra’ na plataforma no dia 5 de setembro de 2024, tal ligação estigmatiza a população de maneira coletiva”, explica o documento.

“Pedimos à empresa que, no prazo de 15 dias, explique os fatos ocorridos e quais medidas tem tomado para responsabilizar os envolvidos e combater o racismo algorítmico em sua plataforma”, cobrou a ativista.

Erika Hilton pede multa de R$ 50 milhões à Meta

Diante do contexto apresentado, a deputada Érika Hilton (PSOL) também acionou a Justiça ao apresentar uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) nesta quinta-feira (5) contra a Meta.

A parlamentar solicitou que a empresa seja condenada a se retratar publicamente e a pagar R$ 50 milhões em indenização por danos morais coletivos.

“A conduta é absolutamente inaceitável e a empresa detentora das plataformas deve ser responsabilizada”, diz um trecho da representação assinada em conjunto com a ativista Amanda Paschoal.

Em publicação nas redes sociais, Érika reafirmou o seu repúdio contra a notificação a termos ligados a negritude. “Não toleraremos que essa plataforma estigmatize as mulheres negras e as associe ao tráfico de drogas e depois saia dizendo que foi ‘problema técnico’. Racismo não é problema técnico, é crime, precisa ser combatido e a Meta e o Instagram precisam ser responsabilizados!”

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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