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Museu de Salvador receberá cerca de 750 obras repatriadas de artistas negros

Peças presentes no acervo estão previstas para chegar ao museu a partir do ano que vem
Os visitantes do MUNCAB têm contato com trabalhos que falam sobre a história da identidade, culinária e resistência negra, dos quilombos e revoltas.

Foto: Divulgação / MUNCAB

24 de setembro de 2024

Cerca de 750 peças de dezenas de artistas dos estados da Bahia, Pernambuco e Ceará serão repatriadas pelo Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (MUNCAB), sediado em Salvador. 

As obras serão doadas a partir de 2025 pela historiadora de arte Marion Jackson e a artista plástica Barbara Cervenka, duas colecionadoras estadunidenses que adquiriram legalmente as obras do acervo, desde 1992, em visitas periódicas à Bahia.

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Ao longo das últimas três décadas, Marion e Barbara fizeram exposições com as obras compradas dos artistas brasileiros. Segundo informações do museu, uma equipe irá aos Estados Unidos para estudar a melhor logística para o traslado do acervo até Salvador.

Majoritariamente composto por artistas negros em diálogo com a cultura afro-brasileira, os materiais presentes na coleção datam de um período que vai da década de 1960 até o início dos anos 2000. Os materiais incluem pinturas, esculturas, trajes, arte sacra e ritualização do sagrado.

A intenção da direção do museu é também emprestar parte do material repatriado para instituições no Brasil e no mundo, para que as obras possam ser divulgadas e estudadas.

O MUNCAB é um museu com ênfase na valorização de aspectos da cultura de matriz africana, destacando a sua influência sobre a cultura brasileira. No espaço, os visitantes do MUNCAB têm contato com trabalhos que falam sobre a história da identidade, culinária e resistência negra, dos quilombos e revoltas.

Além de reunir documentação histórico-cultural afro-brasileira, o papel do MUNCAB é promover ações e iniciativas intercambiais com os países e culturas africanas, sobretudo aqueles de onde vieram os maiores contingentes de negros escravos, como Angola, Moçambique e Guiné.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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