A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou nesta quinta-feira (26), uma representação no Ministério Público Federal (MPF) para que o chamado “Jogo do Tigrinho” seja bloqueado no Brasil.
No pedido, a parlamentar afirma que as empresas PG Soft Games e Sribe LTDA, responsáveis pelos jogos “Tigrinho/Fortune Tiger”, “Coelhinho/Fortune Rabir” e “Aviazinho/Aviator”, possuem condutas que caracterizam crimes contra a economia popular, publicidade abusiva contra consumidores e publicidade infantil.
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“Nos últimos tempos, revelou-se que esses jogos estão destruindo o patrimônio de famílias, inclusive as beneficiárias do Bolsa Família, e também o patrimônio do nosso País, que perde bilhões todos os meses para esse mercado abusivo”, publicou Hilton nas redes sociais.
Dados do relatório “Futuro das Apostas Esportivas Online: onde estamos e para onde vamos” apontam que pessoas negras (pretas e pardas) são as que mais fizeram apostas esportivas online no Brasil (40%), enquanto os usuários brancos somam 33% das pessoas.
“Por meio de publicidade ilegal, inclusive com “influencers mirins” recomendando os jogos à crianças (que estão jogando até durante a aula), promessas de ‘dinheiro fácil’ e influenciadores que fraudam seus seguidores, esses jogos têm entrado nos lares, e levado o vício, às famílias brasileiras“, denuncia.
Erika também aponta que, diferente das apostas esportivas, por exemplo, esses jogos online são “verdadeiros cassinos, abertos 24 horas por dia, que sugam, a cada segundo, um pouco mais da renda e do patrimônio do brasileiro“.
Em sua visão, o cenário se configura como “um verdadeiro crime contra a dignidade humana, contra a criança e o adolescente, e contra a economia do nosso país”, uma vez que há casos de suicídio entre apostadores que foram à falência.
“Por isso, apesar de, na Câmara, termos aprovado regras para o setor, entendo que não dá tempo de esperarmos a regulamentação surtir efeito e a boa vontade de quem lucra com a nossa desgraça. A ação precisa ser rápida, e é papel de nós, parlamentares, trabalharmos de todas as formas possíveis para parar essa sangria antes que mais gente morra”, conclui a publicação.