Três policiais acusados de espancar o jovem negro Tyre Nichols, que morreu em 2023 após uma prisão violenta, foram condenados por manipulação de testemunhas, mas absolvidos das acusações mais graves. O caso gerou comoção nacional nos Estados Unidos.
Nichols, de 29 anos, foi agredido por cinco policiais em Memphis, no sul dos EUA, em janeiro de 2023. A prisão foi iniciada por uma suposta infração de trânsito, mas as imagens divulgadas pouco depois mostraram uma cena de espancamento contínuo e desproporcional contra o jovem, que morreu três dias depois no hospital.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Os cinco agentes envolvidos foram inicialmente acusados pelo estado do Tennessee e, mais tarde, indiciados por um grande júri federal por quatro acusações em setembro de 2023. Dois dos policiais se declararam culpados, enquanto os outros três optaram por enfrentar julgamento.
Na última quinta-feira, o tribunal declarou os três policiais culpados por manipulação de testemunhas. Um deles também foi condenado por violação dos direitos civis de Tyre Nichols, relacionada ao seu cargo de oficial de polícia. No entanto, todos foram absolvidos das acusações mais graves, incluindo a de violação de direitos civis que teria resultado na morte de Nichols.
A sentença definitiva será divulgada em janeiro de 2025, e os acusados podem pegar penas de até 20 anos de prisão. A família de Nichols, em comunicado, expressou que “Tyre deveria estar vivo hoje e, embora nada possa trazê-lo de volta, as declarações de culpa de hoje indicam um grau de responsabilidade por sua morte trágica e sem sentido”.
Os cinco policiais ainda enfrentam um processo criminal na Justiça do Tennessee por assassinato em segundo grau. O caso reacendeu a possibilidade de novas ondas de protestos semelhantes aos ocorridos após a morte de George Floyd.
Floyd foi morto em 2020 após o policial Derek Chauvin ajoelhar em seu pescoço para imobilizá-lo durante uma ocorrência em Minneapolis, cidade dos Estados Unidos. Apesar das súplicas do homem negro, que indicava que não conseguia respirar, e de testemunhas no local, o policial seguiu com a postura que acabou levando a sua morte.