Pesquisar
Close this search box.

Ação de despejo prende 2 militantes do MST em Pernambuco, denuncia movimento

Com helicóptero e maquinário pesado, policiais despejaram mais de 500 famílias que ocupavam propriedade rural abandonada há duas décadas
Com mais de seis viaturas e helicópteros, policiais militares expulsaram famílias que ocupavam propriedade abandonada há décadas.

Foto: Carla Batista/MST-PB

10 de outubro de 2024

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciou uma ação violenta de despejo realizada pela Polícia Militar do Estado de Pernambuco (PMPE) em acampamento na cidade de Santa Maria da Boa Vista, deflagrada na manhã de quarta-feira (9). 

Segundo o comunicado do movimento, a operação foi arbitrária, violenta e resultou na prisão de dois militantes que questionaram a ordem de reivindicação de posse.. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

O acampamento Boa Vista abriga mais de 500 famílias desde abril, incluindo crianças e idosos, e se encontra em área rural abandonada pelos proprietários há duas décadas. Com fuzis e máquinas pesadas, os policiais demoliram as construções do local e impediram que os moradores retirassem seus pertences.

Segundo a direção estadual do movimento, os donos do território possuem dívidas com o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo de Investimentos do Nordeste (FINOR). 

O diretório pernambucano do MST aponta que a violência contra os trabalhadores poderia ter sido evitada, caso o Banco do Nordeste (BND) executasse as dívidas da propriedade e repassasse as terras para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Em vídeo publicado no Instagram, a deputada estadual Rosa Amorim (PT-ES) informou ter solicitado ao INCRA uma permissão para manter as famílias no local e classificou a operação como “cruel”.

“Montaram uma operação de guerra para fazer um despejo no acampamento Nova Boa Vista, que ocupa uma fazenda improdutiva há mais de trinta anos. […] Em setembro, fizemos um apelo ao Incra e ao Banco do Nordeste para que as famílias continuassem ali. Agora elas foram retiradas do local, mas seguirão resistindo pra ter seu direito à terra garantido. Não vamos aceitar a violação dos direitos humanos e nem o despejo cruel que está acontecendo no sertão de pernambuco”, declarou a parlamentar.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

Leia Mais

Destaques

AudioVisual

Podcast

Cotidiano