O governo federal prorrogou as inscrições para a “I° Edição do Prêmio Sabores e Saberes da Comida de Terreiro de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana” até o dia 29 de outubro. A iniciativa pretende atuar na proteção e valorização das culturas dos povos de terreiro e de matriz africana.
Para contemplar iniciativas culturais de diversos territórios, a premiação será dividida entre as cinco regiões do Brasil. A seleção é uma parceria do Ministério da Igualdade Racial (MIR) e da Fundação Cultural Palmares.
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As iniciativas selecionadas receberão um investimento no valor de R$ 13 mil cada uma, além de um kit de cozinha completo, composto por freezer vertical, fogão, liquidificador, panela de pressão e processador semi-industriais, bancada de inox, exaustor, batedeira e forno micro-ondas, com o intuito de aprimorar o processamento de alimentos, fortalecendo a infraestrutura local e promovendo a sustentabilidade econômica das comunidades.
O programa visa preservar valores socio-culturais das contribuições da comunidade negra na formação da sociedade brasileira. Para isso, os participantes devem registrar em vídeo suas receitas, e destacar a importância histórica e o significado cultural dos alimentos preparados em seus territórios.
Em nota, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a parceria como um importante recurso de proteção e preservação cultural do patrimônio material e imaterial das tradições das comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiros.
“Essa é essencialmente uma ação afirmativa e de combate ao racismo religioso. O povo negro e a comida de santo precisaram se reinventar e resistir ao processo de diáspora. A culinária de terreiro é um importante espaço de democratização social e política, de quebra de preconceitos e de valorização da história e cultura negra no nosso país”, ressaltou.
O projeto ainda prevê a realização de uma mostra gastronômica de comida de terreiro com workshop, palestras e degustação, cujo objetivo é desmistificar a culinária desenvolvida nos terreiros, valorizar a importância da tradição e evidenciar comidas que influenciam a mesa dos brasileiros.
Segundo a diretora Nacional de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e de Terreiro, Luzi Borges, a ação é uma das iniciativas de combate à fome, à pobreza e de incentivo à economia criativa desenvolvida pelos terreiros.
“Desde o pós-abolição, o tabuleiro da baiana é a expressão mais próxima da diversidade cultural das comidas de terreiro, e segue até os dias atuais, preservando o respeito ao sagrado e a partilha circular da economia produzida pela comunidade. Das comidas doces, às salgadas. Das apimentadas, às sem dendê. No terreiro todo mundo come”, destacou.
Acesse a íntegra do edital para mais informações.