A Justiça britânica absolveu, nesta segunda-feira (21), o policial Martyn Blake, de 40 anos, acusado de matar Chris Kaba, um jovem negro de 24 anos, em setembro de 2022, em Londres. O veredicto foi dado após três horas de deliberação no Tribunal de Old Bailey, no centro da capital inglesa.
Kaba foi morto com um tiro na cabeça enquanto dirigia em uma rua residencial no sul de Londres. O policial Blake disparou contra o veículo de Kaba, que foi seguido por um carro da polícia e teve seu caminho bloqueado por outro veículo de segurança. A justificativa da polícia era que a placa do carro que Kaba dirigia, e que não lhe pertencia, estava ligada a um incidente com arma de fogo ocorrido dias antes.
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O caso reacendeu o debate sobre o racismo nas forças policiais, levando centenas de pessoas a protestarem em frente à sede da polícia londrina poucos dias após o ocorrido. Manifestantes alegaram que Kaba não teria sido baleado se não fosse negro.
Durante o julgamento, a acusação afirmou que o policial exagerou na percepção da ameaça representada por Kaba e que atirou deliberadamente na cabeça do jovem. Blake, no entanto, negou as acusações. Seu advogado, Patrick Gibbs, defendeu que o policial “agiu da melhor maneira possível” diante da situação.
A família de Kaba, presente no tribunal, se declarou “devastada” após o veredicto, prometendo continuar a lutar por justiça. Em comunicado, afirmaram que “essa decisão mostra que sua vida, e a de muitos outros como ele, não importa para o sistema“, expressando a “profunda dor da injustiça”.
Mark Rowley, delegado da Polícia Metropolitana de Londres, comentou que Blake enfrentou “um enorme sacrifício pessoal e profissional” desde o episódio, acrescentando que o policial tomou “uma decisão em uma fração de segundo sobre o que acreditava ser necessário para proteger seus colegas e Londres”.
Texto com informações da Agence France-Presse.