Na última segunda-feira (11), a comunidade quilombola do Baú, localizada na cidade de Araçuaí (MG), foi alvo de um ataque a tiros. O caso foi denunciado pela deputada estadual Andreia de Jesus (PT-MG) nas redes sociais.
Segundo a parlamentar, o território, que integra a região do Vale do Jequitinhonha, foi alvejado durante a madrugada. Ainda de acordo com a parlamentar, o ataque teria sido motivado pela participação da comunidade em uma reunião junto com a Fundação Palmares.
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“Nós recebemos essas informações diretamente dos quilombolas, que estão apavorados. Antônio, que já está no programa de proteção, está apavorado e se sentindo ainda mais ameaçado por um estado que não consegue garantir sua segurança”, declarou.
O caso também foi exposto pela deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG), que, além de expressar solidariedade às vítimas, informou ter acionado as devidas instâncias para que investiguem o episódio de violência. A parlamentar indígena ainda reforçou a importância da demarcação em territórios de comunidades tradicionais e originárias, para a salvaguarda destas populações.
“Já acionamos a Polícia Militar e iremos oficiar as instituições de justiça para investigarem este atentado contra a comunidade e responsabilizar todos os envolvidos neste crime. A demarcação dos territórios tradicionais é de interesse público e é direito constitucional, portanto seguiremos vigilantes e seremos intransigentes na defesa do estado democrático de direito, com a certeza que não haverá saída para o planeta que não passe pela preservação da natureza e dos modos de vida dos povos e comunidades tradicionais”, diz trecho da publicação.
A Comissão das Comunidades Quilombolas do Vale do Jequitinhonha (Coquivale) e a Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (Federação N’Golo), em nota, informou que entrou em contato com órgãos nacionais para tratar sobre a proteção das lideranças quilombolas em Jequitinhonha, e especificamente, na cidade de Araçuaí.
“É de amplo conhecimento que as forças contrárias aos direitos fundamentais estão se mobilizando, por isso, reiteramos a nossa VIGILÂNCIA constante e estamos prontos para as devidas ações legais que forem necessárias. Essa proteção constante se estende para todas as demais comunidades quilombolas, indígenas e tradicionais da região e do Estado de Minas Gerais”, defenderam as organizações em comunicado.