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Registros de crimes raciais aumentam 968% no últimos 4 anos em SP

De acordo com a Ouvidoria das Polícias, 80% dos crimes raciais foram registrados na capital e na região metropolitan
A imagem mostra mulheres negras com o punho erguido durante protesto contra a discriminação racial, na cidade do Rio de Janeiro.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

19 de novembro de 2024

Segundo o levantamento da Ouvidoria das Polícias de São Paulo, divulgado na segunda-feira (18), o estado paulista teve uma alta de 968,5% nos crimes raciais registrados nos últimos quatro anos. O documento foi baseado em dados extraídos dos boletins de ocorrência de 2020 a 2023.

No ano passado, os crimes mais recorrentes foram os relacionados a etnia e cor, totalizando 26,4% dos boletins de ocorrência. Ainda nesse período foram registrados mais de 4,6 mil casos, dos quais 80% ocorreram na capital e na região metropolitana. 

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O documento destaca a capital como local de maior concentração dos crimes raciais registrados no estado entre 2022 e setembro de 2023, com 944 ocorrências (69%). A cidade de Guarulhos e Campinas aparecem em sequência com, respectivamente, 90 e 64 boletins de ocorrência do gênero. 

Aproximadamente 63% dos boletins de ocorrências de todos os períodos analisados não possuíam tipificação do crime. O ano de 2023 foi o único que apresentou autoria na maioria das queixas registradas, o que facilita a identificação e responsabilização do autor.

Entre os boletins, o crime mais registrado é o relacionado a etnia ou cor, sendo 26,4% do total. Os demais se dividem entre casos de homofobia ou transfobia (7,96%), preconceito religioso (1,17%), xenofobia (0,61%) e outros (0,13%).

Para o Ouvidor das Polícias, Cláudio Silva, o crescimento não apresenta relação direta com um aumento na recorrência dos casos, mas com a qualificação e precisão que tais crimes passaram a ser registrados nas delegacias.

“Em 2000, veja que nós não tivemos mudanças substanciais na nossa sociedade que justifiquem que de 2020 para 2023, as notificações de casos de racismo em delegacias no estado de São Paulo alcançassem quase 1000%. Esse é um dado bastante relevante, que eu acho que ele precisa ser objeto de reflexão, precisa ser maturado para a gente efetivamente entender o tamanho do desafio”, declarou Silva em coletiva de imprensa.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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