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PM reprime manifestação de estudantes com spray de pimenta em Santos

No vídeo publicado pela União Paulista dos Estudantes Secundaristas, policiais militares são vistos utilizando gás lacrimogêneo contra adolescentes em escola estadual
De acordo com denúncias, PMs utilizaram spray de pimenta para dispersar uma ocupação de alunos contra as privatizações nas escolas estaduais paulistas.

19 de novembro de 2024

Na cidade de Santos (SP), no litoral paulista, policiais militares reprimiram uma ocupação estudantil na Escola Estadual Antônio Ablas Filho. Segundo a denúncia da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) realizada nas redes sociais nesta terça-feira (19), pais e professores teriam sido impedidos de acompanhar o protesto.

O vídeo que acompanha a denúncia mostra dois agentes da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) entrando no pátio do colégio e dispersando spray de pimenta para cima. No momento, não havia confronto ou ameaça de violência aparente.

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Em outra publicação, a organização de estudantes informa professores apoiadores da mobilização estariam sendo levados ao Distrito Policial, sem explicações aparentes.

A nota publicada pela UPES informa que os protestos iniciaram de modo pacífico e que buscam combater as recentes privatizações na educação estadual paulista, além do sucateamento nas unidades escolares e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/2023, que pode reduzir o orçamento educacional em até R$ 11,3 bilhões no estado.

“Hoje, a estrutura dessa escola está caindo aos pedaços. O governador Tarcísio de Freitas quer cortar bilhões da educação, quer privatizar nossas escolas e nós não vamos deixar. Enquanto isso tem mais de 30 estudantes lá dentro, professores e representantes aqui fora tentando conversar com a polícia militar e não estão sendo permitidos de entrar”, explicou uma estudante da UPES.

Em nota à Alma Preta, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou que a PMSP foi acionada pela manhã e utilizou “munição química” para dispersar o protesto dos jovens. A SSP também foi questionada sobre a denúncia de detenção de professores apoiadores da ocupação, mas não respondeu sobre o tema.

Nova PEC ameaça orçamento da educação

No início de novembro, parlamentares utilizaram as redes sociais para denunciar a possível tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/2023, prevista para ser votada na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) nos próximos dias.

De autoria do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a PEC propõe alterar o texto constitucional do estado para flexibilizar a cota de investimento na educação pública. Além de reduzir em 5%, a proposta pretende disponibilizar o percentual para o financiamento de ações na área da saúde.

A legislação atual obriga a aplicação de, no mínimo, 30% da receita resultante de impostos pelo executivo estadual paulista. O valor deve ser aplicado na manutenção e desenvolvimento de todo o ensino público do estado, seja na educação básica, técnica ou superior.

Como justificativa para a alteração, Tarcísio Argumenta que a redução do investimento na educação surge no aumento da demanda com os gastos de saúde.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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