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Racismo institucional eleva mortalidade materna de mulheres negras, aponta Fiocruz

Evento abordou as principais causas de morte materna e apresentou dez passos para qualificar o cuidado obstétrico, com enfoque na superação do racismo
Imagem de uma mulher negra, usando turbante. Ela fala em direção ao público. A Fiocruz realizou um evento que debate ações para a redução da mortalidade materna de mulheres negras.

Foto: Rafael Nascimento/Ministério da Saúde

26 de novembro de 2024

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, realizou o evento virtual “Diálogos para a Equidade: Saúde da Mulher Negra e 10 Passos”, com o objetivo de debater estratégias de prevenção à morte materna de mulheres negras. O evento foi registrado e pode ser consultado no YouTube.

As principais causas diretas de mortalidade materna no Brasil — hipertensão, hemorragia e altos índices de cesariana — foram o foco do encontro, que ressaltou a importância de ações integradas para qualificar o cuidado obstétrico e enfrentar barreiras, como o racismo institucional.

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De acordo com a pesquisa Razão de Mortalidade Materna por Principais Grupos de Causas segundo Raça/Cor, Brasil – 2019 a 2022, as mulheres negras enfrentam um risco significativamente maior de mortalidade materna em comparação às mulheres brancas. O risco de morte por aborto é duas vezes maior entre mulheres pretas e 3,7 vezes maior entre indígenas. Por hemorragia, os índices são 1,7 e 3,4 vezes maiores, respectivamente. 

Já em casos de síndromes hipertensivas, as mulheres pretas têm risco 2,8 vezes maior, enquanto as indígenas enfrentam um índice 1,9 vezes superior. Mulheres pardas também apresentam risco aumentado, sendo 1,3 vez maior em relação às brancas.

Durante o evento, a Fiocruz apresentou dez passos fundamentais para nortear o cuidado obstétrico e reduzir as mortes maternas. As medidas incluem a realização de encontros de qualidade centrados nas necessidades de cada mulher durante os atendimentos de saúde, a garantia de triagem oportuna de infecções do trato geniturinário, a identificação precoce de sinais de gravidade clínica materna e o fornecimento de tratamento imediato. Também foram destacadas a necessidade de oferecer treinamentos regulares às equipes de saúde para o reconhecimento e manejo de emergências obstétricas.

A Fiocruz ressaltou que o racismo institucional, somado à demora no atendimento e às negligências nos serviços de saúde, agrava a mortalidade materna entre mulheres negras. Esses fatores produzem desigualdades que demandam mudanças no sistema de saúde, com um olhar mais atento às interseccionalidades de raça/cor.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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