O Mapa das Organizações das Mulheres Indígenas no Brasil 2024, fruto de uma parceria entre a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e o Instituto Socioambiental (ISA), será lançado nesta sexta-feira (29) na Terra Indígena Limão Verde, localizada em Amambai (MS).
O evento faz parte da Conferência das Mulheres Indígenas 2024/2025 e ocorre simultaneamente à XII Grande Assembleia Kuñangue Aty Guasu, o maior encontro das mulheres Kaiowá e Guarani de Mato Grosso do Sul.
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Destaques do mapeamento
O Mapa revela que as mulheres indígenas em todo o Brasil se organizam em 241 entidades que incluem diversos tipos de coletivos, movimentos, associações e redes. Entre as principais pautas abordadas por essas organizações, destacam-se questões como saúde e educação diferenciadas, combate à violência de gênero, defesa dos territórios e valorização dos modos de vida tradicionais.
O estudo também evidencia o trabalho das Guerreiras da Floresta, que atuam na proteção da Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, em parceria com os Guardiães da Floresta.
O levantamento também destaca a distribuição das organizações: 174 são locais, 48 são regionais, 14 são estaduais e 5 são nacionais. O período entre 2020 e 2024 foi o de maior criação de organizações, com 74 novos grupos formados. Esse dado reflete o crescente engajamento das mulheres indígenas na luta por seus direitos e no fortalecimento da mobilização política no país.
Ferramenta estratégica para o movimento indígena
O Mapa das Organizações das Mulheres Indígenas trata-se de uma ferramenta estratégica para o fortalecimento do movimento indígena. Ele apresenta, entre outros elementos, o georreferenciamento das organizações, artigos que discutem as motivações das mulheres para a organização, e um histórico do associativismo indígena por meio de uma linha do tempo. Além disso, o Mapa aponta lacunas nas redes de mulheres indígenas e oferece dados valiosos para o desenvolvimento de novas articulações políticas e ações coletivas.
De acordo com Luma Prado, pesquisadora do ISA, o estudo “evidencia a força e a diversidade da luta das mulheres indígenas”, que têm se organizado para criar novos sujeitos políticos e transformar as formas de atuação política. Ao se nomearem como entidades ou coletivos, elas reafirmam que sempre estiveram em movimento, embora muitas vezes sem o devido reconhecimento.
Conferência das Mulheres Indígenas 2024/2025
A Conferência das Mulheres Indígenas 2024/2025 é uma série de encontros realizados pela Anmiga, em parceria com os Ministérios dos Povos Indígenas e das Mulheres. A conferência será dividida em sete etapas regionais e uma etapa nacional, e tem como objetivos fortalecer a luta dessas mulheres por meio da troca de experiências e da mobilização política e social.
Durante os encontros, serão discutidos temas importantes como direito e gestão territorial, emergência climática, violência de gênero, saúde e educação diferenciadas e a transmissão de saberes intergeracionais.
A primeira etapa da conferência, chamada Aroeira, acontecerá entre os dias 29 e 30 de novembro na Terra Indígena Limão Verde, em Amambai (MS). Já a etapa final será realizada de 8 a 11 de março de 2025 em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.