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ONU aprova conferência para discutir criação de Estado palestino

Decisão marca nova tentativa de impulsionar solução de dois Estados, enquanto Anistia Internacional acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza
Palestinos verificam o local de um ataque israelense no bairro de Daraj, na cidade de Gaza, em 5 de dezembro de 2024, enquanto a guerra entre Israel e os militantes do Hamas continua. Nesta terça-feira (6), a ONU aprovou a uma conferência para discutir a criação de um Estado Palestino.

Palestinos verificam o local de um ataque israelense no bairro de Daraj, na cidade de Gaza, em 5 de dezembro de 2024, enquanto a guerra entre Israel e os militantes do Hamas continua. Nesta terça-feira (6), a ONU aprovou a uma conferência para discutir a criação de um Estado Palestino.

— Omar Al-Qattaa/AFP

5 de dezembro de 2024

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta terça-feira (3), uma resolução convocando uma conferência internacional em junho de 2025 para discutir a criação de um Estado palestino e retomar os esforços pela solução de dois Estados. 

Com 157 votos a favor e oito contra — incluindo os Estados Unidos e Israel — e sete abstenções, o texto reforça o apoio ao direito do povo palestino à autodeterminação e à independência em um território baseado nas fronteiras pré-1967.

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A resolução solicita que Israel encerre sua “presença ilegal nos territórios palestinos ocupados” e cesse novas atividades de assentamento, consideradas uma violação do direito internacional. A conferência será co-presidida por França e Arábia Saudita e ocorrerá em Nova York, em um momento de intensificação das tensões na região.

“O reconhecimento do Estado de Israel em 1948 foi um marco histórico, mas a questão palestina permanece um dos maiores testes à credibilidade da ONU e à ordem baseada no direito internacional”, afirmou Riyad Mansour, enviado palestino à ONU.

A decisão ocorre em um contexto de acusações graves contra Israel. Um relatório da Anistia Internacional, divulgado nesta quarta-feira (4), acusa o governo israelense de genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza. Segundo o documento, declarações do governo israelense, ataques aéreos indiscriminados e as condições extremas de vida no território refletem uma intenção deliberada de destruir a população palestina.

Denúncia de genocídio e resposta internacional

A Anistia Internacional baseou suas alegações em imagens de satélite, declarações de autoridades israelenses e investigações realizadas no local entre outubro de 2023 e julho de 2024. O relatório, de 300 páginas, documenta ataques aéreos que resultaram na morte de 334 civis, incluindo 141 crianças, em ações sem evidências de alvos militares.

“Mês após mês, Israel trata os palestinos de Gaza como um grupo sub-humano, indigno de respeito pelos direitos humanos e pela dignidade. Isso demonstra uma intenção clara de destruí-los fisicamente”, afirmou Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional.

Desde o início do conflito em outubro de 2023, pelo menos 44.532 pessoas morreram em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde local, confirmados pela ONU. A Anistia também denuncia as condições de vida desumanas na região, incluindo desnutrição e fome, que configuram o que chamou de “morte lenta e calculada”.

Israel rejeitou veementemente as acusações, classificando-as como “difamação antissemita” e contestando o relatório no Tribunal Internacional de Justiça. O governo israelense sustenta que suas ações têm como objetivo eliminar o Hamas, movimento islamita que controla Gaza e é classificado como grupo terrorista por diversos países.

Texto com informações da Agence France-Presse.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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