No Brasil, a remuneração por hora trabalhada de pessoas brancas é cerca de 67,7% superior ao valor pago a pessoas negras. Os dados compõem a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada na última quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE).
Mesmo tendo atingido o maior contingente de pessoas ocupadas em 2023, o levantamento indica que ainda há uma desigualdade significativa nos rendimentos, a partir do recorte racial. Enquanto os assalariados brancos receberam, em média, R$23,02 por hora de trabalho, o rendimento dos negros foi de R$ 13,73.
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A disparidade salarial foi observada em todos os níveis de escolaridade, mas foi maior entre aqueles que completaram o ensino superior. Para as pessoas brancas graduadas, o rendimento por hora foi de R$ 40,20. Mesmo possuindo o mesmo grau de instrução, negros receberam 43,2% a menos (R$ 28,10).
Entre homens e mulheres, os valores-hora foram de, respectivamente, R$ 18,81 e R$ 16,70 para cada grupo, uma discrepância de 12,6%. Considerando os trabalhadores e trabalhadoras com ensino superior completo, a diferença salta para 41,9%.
O levantamento do IBGE também observou a desigualdade no rendimento médio real da população nacional, que obtém uma média salarial geral de R$2.970. Com uma média de, aproximadamente, 29% a mais que o índice do país, brancos receberam R$ 3.847. A média da população negra foi de R$ 2.264, o que representa uma diferença de 69,9%.