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Eleições de 2024 atingiram recorde de violência política; mulheres foram os maiores alvos

Durante 2024, foram contabilizadas 558 ocorrências, quase 75% entre agosto e outubro
Imagem mostra uma sala de votação, com mesários.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

17 de dezembro de 2024

A campanha para as eleições municipais de 2024 atingiu recorde em violência política da última década. A informação é de uma pesquisa realizada pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos, divulgada na segunda-feira (16).

A terceira edição do levantamento apresenta o contexto de ataques contra a vida de representantes de cargos eletivos, candidatos ou pré-candidatos, a partir de um mapeamento de notícias extraídas de veículos de comunicação. 

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No último biênio, o relatório identificou 714 casos ilustrativos, maior número desde o início da série iniciada em 2016, ano que somou 46 casos.

Durante 2024, destacado como o ano  mais violento, foram contabilizadas 558 ocorrências. Do total, quase 75% ocorreram entre agosto e outubro, meses referentes ao pleito municipal. Contabilizando todos os anos desde 2016, a pesquisa identificou 1.583 episódios de violência política. O ano também apresentou índice 12 vezes superior ao primeiro ano da série. 

Dos episódios identificados, foram registrados 182 assassinatos e atentados contra agentes políticos, 311 ameaças, 86 agressões e 95 ofensas, além de casos de invasão e criminalização. 

As mulheres, cis gêneros e transexuais representaram 38,4% das vítimas. A violência mais comum foi a ameaça (135 episódios), seguido por 19 de ameaças de estupro. Ataques virtuais somaram cerca de 40% das ocorrências contra mulheres. 

“O alto nível de violência política em 2024 preocupa, mas não surpreende, pois confirma uma tendência já identificada nas pesquisas anteriores, que é o aumento deste tipo de violência, principalmente, em períodos de pleitos municipais. Aumento que pode ser atribuído à naturalização dessa violência, pois as respostas do Estado a esse cenário ainda são insuficientes”, declarou a coordenadora de Incidência Política da Terra de Direitos, Giseli Barbieri, em nota.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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