A Justiça Federal determinou a alocação das polícias Militar, Federal e da Força Nacional para a proteção da terra indígena Tekoha Guasú-Guavirá, localizada entre os municípios paranaenses de Guaíra e Terra Roxa.
O território foi alvo de um ataque na última sexta-feira (3), no qual quatro membros da comunidade foram gravemente feridos. Uma criança de sete anos foi alvejada na perna e outro indígena teve o maxilar perfurado por um projétil.
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A decisão judicial foi emitida após pedido do Ministério Público Federal (MPF) em ação civil pública. Segundo o órgão, o objetivo é cessar a violência sofrida pelas comunidades do território, sobretudo a Yvy Oku, principal foco dos ataques.
O MPF destaca que os conflitos se agravaram ao longo de 2024, culminando em um contexto de medo e insegurança entre os indígenas.
“Apesar de diversas notificações e requisições extrajudiciais, as forças de segurança têm disponibilizado efetivos insuficientes para impedir a continuidade dessas agressões”, aponta o órgão em nota.
Além de destacar as forças policiais para realizar a segurança no local, a Justiça Federal determinou que a União, junto ao estado do Paraná, adote medidas urgentes para garantir a segurança dos Avá-Guarani.
A decisão também exige o aumento imediato do efetivo policial destacado para a região, pelo tempo necessário.
MPF aponta escalada na violência
Esta não é a primeira vez em que a Força Nacional é solicitada para proteger a comunidade indígena Yvy Okaju, no Paraná. A Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá, que abriga mais de 20 comunidades indígenas Guarani, enfrenta recorrentes confrontos com latifundiários da região.
Em novembro de 2024, o Ministério da Justiça e Segurança (MJSP) autorizou, pelo prazo de 90 dias, o apoio da Força Nacional à atuação da Fundação dos Povos Indígenas (FUNAI) na região.
De acordo com o Ministério Público Federal, que há dois anos monitora a situação, os ataques de maior destaque ocorreram entre 2023 e o início de 2025, e envolvem veículos, fogos de artifício e armamento de grosso calibre.
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) indica que, entre o dia 29 e 31 de dezembro do ano passado, ao menos três ataques foram registrados contra os indígenas do território.