Na manhã da última quinta-feira (8), uma ação policial deflagrada por policiais civis dentro da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na cidade do Rio de Janeiro, matou uma pessoa e feriu, ao menos, outras três.
Segundo a fundação, os agentes da Polícia Civil adentraram sem comunicação prévia ou autorização no campus, durante uma incursão na comunidade de Manguinhos.
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Um projétil atingiu o vidro do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, na fábrica de vacinas da instituição. Uma trabalhadora foi atingida com estilhaços, mas passa bem.
Além do prédio de produção de vacinas, os policiais invadiram o Centro Hospitalar do Instituto Nacional Evandro Chagas e a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, áreas com grande fluxo de professores e alunos do ensino médio.
“O que ocorreu na Fiocruz foi muito grave. A instituição vive recorrentemente situações de risco em virtude dos conflitos armados que ocorrem no seu entorno, mas é a primeira vez que ocorreu o ingresso sem comunicação e sem autorização.. A troca de tiros colocou em risco a vida de trabalhadores, estudantes e usuários dos nossos serviços”, declarou o diretor-executivo da Fiocruz, Juliano Lima, em nota.
Ainda de acordo com a fundação, um supervisor de segurança patrimonial terceirizado foi levado pelos policiais algemado, de modo arbitrário e injustificado.
“O vigilante fazia o trabalho de desocupação e interdição da área como medida de segurança para os trabalhadores, alunos e demais frequentadores do campus, no momento da incursão policial, e foi acusado de dar cobertura a supostos criminosos que estariam em fuga. A Fiocruz não tem informação sobre as alegações”, diz trecho da nota.
Parlamentares repudiam ação
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) condenou a ação policial no campus da Fiocruz, que, segundo a parlamentar, recebe cerca de 200 crianças diariamente.
A deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) recordou que, em 2024, mais de 100 pessoas foram vítimas de bala perdida na capital fluminense.
“O governador insiste em manter as Operações Policiais como a única estratégia de combate a violência armada, colocando à vida dos trabalhadores, alunos, moradores e também afetando, mais uma vez, uma das principais via de acesso à cidade do Rio”, declarou.