Nos últimos seis anos, a população infantojuvenil abaixo da linha de pobreza no Brasil reduziu cerca de 6,3%. As informações são do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência, lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta quinta-feira (16).
Apesar da redução, os números totais ainda chamam a atenção para a persistência do problema no país. O percentual de 19,14%, atingido em 2023, representa 28 milhões de crianças e adolescentes até 17 anos.
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Isto é, aproximadamente, uma a cada cinco crianças e adolescentes brasileiros integram famílias com renda inferior a R$ 355 mensais per capita.
O período de análise iniciou em 2017, ano em que o percentual infanto-juvenil abaixo da linha de pobreza esteve em 25,44%. O levantamento ainda indica que 9,8 milhões vivem em famílias com renda inferior à pobreza extrema, de R$ 209 por mês.
A pesquisa aponta que as crianças e adolescentes negras são mais afetadas pelas condições de pobreza do que as brancas. Enquanto 45,2% dos meninos e meninas brancas vivenciam a pobreza multidimensional, a taxa para negros é de 63,6%.
“A pobreza infantil é multidimensional porque vai além da renda. Ela é resultado da relação entre privações, exclusões e vulnerabilidades que comprometem o bem-estar de meninas e meninos. Crianças e adolescentes precisam ter todos os seus direitos garantidos de forma conjunta, já que os direitos humanos são indivisíveis”, explica Liliana Chopitea, chefe de Políticas Sociais do Unicef no Brasil.
O estudo foi realizado a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e considera todas as dimensões da pobreza, como falta de acesso à água potável, moradia e escolaridade.