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Gesto de Musk na posse de Trump expõe face descarada do neonazismo no mundo

Alguns usuários das redes sociais citam que o gesto surgiu no Império Romano, mas sabendo o histórico de Musk e Trump, dificilmente a intenção não foi fazer uma alusão ao nazismo de Hitler
O CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, fez um gesto que se assemelha ao de Hitler, na Alemanha Nazista, durante discurso na posse de Donald Trump nos EUA, em 20 de janeiro de 2025.

O CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, fez um gesto que se assemelha ao de Hitler, na Alemanha Nazista, durante discurso na posse de Donald Trump nos EUA, em 20 de janeiro de 2025.

— Angela Weiss/AFP

21 de janeiro de 2025

Na última segunda-feira (20), dia de meu Pai Oxossi, os Estados Unidos deram posse ao presidente eleito, Donald Trump. Entre tantas atitudes condenáveis, como a saída do país da Organização Mundial de Saúde (OMS), um episódio também chamou a atenção. 

Um dos seus principais aliados, o bilionário Elon Musk, fez um gesto que gerou polêmica e fez as redes sociais reagirem. Durante a fala, Musk fez um gesto com as mãos em direção ao público que alguns usuários nas redes sociais disseram parecer uma saudação nazista. Outros citam que o gesto surgiu no Império Romano. 

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O certo é que, sabendo do histórico de Musk e Trump, dificilmente esse gesto teria origem no Império Romano e me fez recordar uma informação que recebi no final de 2024, sobre o crescente número de células neonazistas no Brasil e, principalmente, em Santa Catarina, um estado que detém apenas 3% da população brasileira, mas para se ter uma ideia do tamanho do problema, Blumenau, uma das maiores cidades do Estado, tem 365 mil habitantes e 63 células neonazistas catalogadas pela antropóloga e especialista no tema Adriana Dias. 

Ao todo, o estado conta com 320 grupos ativos e, em dados comparativos, a mesma especialista já identificou 96 células do mesmo tipo na cidade de São Paulo, que possui uma população estimada em 12,5 milhões de habitantes. Esses números têm origem histórica, uma vez que o estado abrigou a primeira “filial” do partido Nazista, no final de década de 1920. 

Mais de 100 anos se passaram e a população de Santa Catarina continua com o mesmo pensamento do “Hitlerismo” e sabemos quais são as principais vítimas dessa doutrina: pessoas negras, comunidade LGBTQIAPN+, judeus e seus descendentes. Eles pregam a supremacia ariana e coincidência ou não, o governador do estado, Jorginho Mello (PL), disse que o município catarinense de Pomerode “se destaca pela cor da pele das pessoas”

A declaração foi dada durante a abertura da 40ª Festa Pomerana do Vale do Itajaí, e a cidade, que é composta por mais de 80% de pessoas brancas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), é conhecida como “a cidade mais alemã do Brasil”. 

Nota-se que, mesmo depois de um século, as raízes alemãs estão frutificando, nos Estados Unidos e no Brasil. Mais uma vez, a posse de um extremista conservador mostra a face descarada do nazismo no Brasil e no mundo. 

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  • Alessandra Costa

    Assessora de imprensa com 18 anos de experiência no atendimento do setor artístico-cultural e político. Com mais de 400 trabalhos executados, se tornou referência na divulgação de projetos ligados à cultura negra, combate ao racismo e às desigualdades, promoção de oportunidades e conquista de espaços para artistas negros e a lideranças negras – tanto em suas comunidades, na política e na economia.

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