Trump assinou nesta segunda-feira (20), durante a posse de seu segundo mandato como o 47º presidente dos Estados Unidos, um decreto que suspende temporariamente os programas de assistência externa dos Estados Unidos por 90 dias, enquanto avalia se eles estão alinhados com seus objetivos políticos. Ele criticou a “indústria de ajuda externa” por não refletir os interesses americanos e por supostamente desestabilizar a paz mundial.
Embora o impacto imediato seja incerto, o corte ameaça programas de assistência em países africanos, incluindo Egito, Etiópia, Somália, Nigéria, República Democrática do Congo e Quênia, que estão entre os maiores receptores de ajuda, de acordo com dados federais. Em 2023, os seis países recebiam juntos aproximadamente U$ 7 bilhões (R$ 42,5 bilhoões), destinados à alimentação e ajuda humanitária emergencial.
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Fim de políticas de diversidade e inclusão
Trump ainda anunciou que irá eliminar programas governamentais voltados à diversidade, equidade e inclusão, reafirmando que a partir de agora “será política oficial do governo dos Estados Unidos que existam apenas dois gêneros: masculino e feminino”. Ele prometeu abolir qualquer política que, em suas palavras, “incorpore socialmente a raça em todos os aspectos da vida” e defendeu uma sociedade “daltônica” baseada na meritocracia.
“O futuro do nosso país será guiado pelo bom senso e pela habilidade de cada indivíduo, e não por critérios raciais ou de gênero”, declarou o presidente, sugerindo que iniciativas afirmativas distorcem a igualdade de oportunidades.
Mesmo com as suas críticas às políticas de inclusão racial, Trump destacou o apoio recebido de eleitores negros e hispânicos, afirmando que obteve um número recorde de votos desses grupos. Em um gesto estratégico, mencionou o Dia de Martin Luther King, celebrado no mesmo dia de sua posse.
“Às comunidades negra e hispânica, quero agradecer-lhes pela enorme manifestação de amor e confiança que me demonstraram com o seu voto. Hoje é o Dia de Martin Luther King, e nos esforçaremos juntos para tornar seu sonho realidade”, disse.
Trump também reforçou o discurso de liberdade de expressão, com críticas a regulações contra discursos de ódio e fake news. Ele recebeu amplo apoio de empresários de redes sociais, que se posicionaram contra regulamentações mais rígidas, como Mark Zuckerberg, diretor executivo da plataforma Meta, e Elon Musk, proprietário do X.
Trump retorna à Casa Branca com tom de ameaça contra imigrantes
O presidente Donald Trump retornou ao cargo de presidência após perder as eleições de 2020. Com a vitória contra Kamala Harris em 2024, o político republicano retorna ao poder com mais força do que o antigo mandato.
Desta vez, Trump conta com forte apoio no Congresso, no qual a maioria republicana tanto na Câmara quanto no Senado lhe dá liberdade para implementar suas políticas, entre elas a de expulsão dos imigrantes do país.
Em conversa com a Alma Preta, especialistas afirmaram que, embora existam limitações legais e desafios jurídicos, Trump possui um amplo arsenal de ações, especialmente se conseguir decretar um estado de emergência na área migratória. No entanto, a decisão do presidente pode acarretar numa crise econômica dentro do país, já que imigrantes brasileiros e latinos desempenham papéis cruciais em setores como turismo, agricultura e serviços de limpeza.