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Meta permite conteúdos racistas em novo manual interno de moderação; big tech fala em ‘livre expressão’

Novas diretrizes do big tech flexibilizam regras de moderação e permitem a publicação de conteúdos com discurso de ódio e supremacia racial
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, empresa responsável pelo Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp.

— Julia Demaree NIkhinson/AFP

23 de janeiro de 2025

O novo manual interno de moderação das redes sociais pertencentes à Meta — Facebook, Instagram e WhastsApp — permite conteúdos que violam as leis brasileiras, principalmente, no que se refere a crimes raciais, previstos no Código Penal.

As novas diretrizes da big tech, denunciadas por políticos de esquerda e defensores dos direitos humanos, permitem que os usuários das plataformas realizem publicações de supremacia racial e crimes de ódio racial.

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Segundo apuração da agência Aos Fatos, documentos internos de moderação da empresa de tecnologia autorizam a propagação de conteúdos que reforçam preconceitos raciais, étnicos, religiosos, contra pessoas com deficiência e outros grupos marginalizados. 

Os antigos vetos às expressões explícitas de ódio e rejeição a grupos sociais, foram flexibilizados. Agora, as novas diretrizes indicam apenas a proibição de frases que indiquem nojo e repulsa a certos grupos sociais, de modo literal.

Afirmações como “os brancos são os melhores” e “eu odeio negros” estão entre as que antes eram banidas e agora passam a ser autorizadas nas plataformas.

As regras da Meta também teriam sido alteradas, adotando maior tolerância com comparações entre grupos sociais e expressões de superioridade. Na nova política, por exemplo, os usuários estão autorizados a discutir qual raça seria mais inteligente, por exemplo, desde que citando supostos estudos que comprovem a afirmação.

Para os casos de comparações de grupos sociais que não envolvam capacidades intelectuais, a Meta dispensará a necessidade da fonte para basear as declarações.

A Alma Preta procurou a Meta e questionou quais medidas serão adotadas para evitar casos de racismo em suas plataformas. Em nota, a assessoria de comunicação da empresa não respondeu ao questionamento e apenas enviou uma nota em que a empresa defende a “livre expressão”.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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