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Atrizes de peça em homenagem a Martinho da Vila denunciam racismo no Rio

No vídeo, uma moradora da Zona Sul da capital fluminense diz que o prédio teria virado uma “favela” com a presença das atrizes negras
A foto mostra o elenco de atrizes e atores do espetáculo “Martinho, Coração de Rei - O Musical”.

A foto mostra o elenco de atrizes e atores do espetáculo “Martinho, Coração de Rei - O Musical”.

— Reprodução / Redes Sociais

29 de janeiro de 2025

Quatro atrizes negras denunciaram que foram vítimas de racismo no Rio de Janeiro. Anastácia Lia, Roberta Gomes, Negravat e Daniela Dejesus estavam na cidade para uma temporada de apresentações do espetáculo “Martinho, Coração de Rei – O Musical”, quando foram alvos de discriminação no condomínio em que estão hospedadas, localizado na Zona Sul da capital fluminense.

Na ocasião, que foi filmada e publicada nas redes sociais das atrizes, uma moradora afirma que a presença das mulheres fez o local virar uma “favela”.

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As vítimas relatam que já haviam sido abordadas de modo grosseiro pela moradora e seu esposo ao utilizarem a área aberta do prédio para fumar cigarros. O espaço é de utilização comum dos moradores e hóspedes.

Ao repreendê-las, o homem teria afirmado que “aquele não era lugar” para as atrizes permanecerem e as chamou de “faveladas”. O caso foi registrado na 9ª Delegacia de Polícia Civil.

Diretor do musical diz que o caso é ‘inadmissível’

Em nota, o produtor e diretor artístico do musical, Jô Santana, lamentou o ocorrido. Para ele, o caso foi “inadmissível”. 

Santana, que já dirigiu outras peças de homenagens a personalidades negras brasileiras, falou que as atrizes foram vítimas de violência racial, ao mesmo tempo que se mobilizam pela comunidade negra nos palcos. 

“É algo que nos faz questionar se estamos de fato avançando ou não. Parece com fatos que ocorreram com as grandes atrizes negras nas décadas de 1940, 1950, 1960, 1970… e mais de 50 anos depois isso continua acontecendo!”, disse o diretor.

Santana relatou ainda que as medidas judiciais já estão sendo tomadas e que o racismo e outras formas de violência racial não serão mais toleradas.

“Não podemos aceitar que atitudes como essa continuem acontecendo impunemente e, por isso, as providências práticas já estão sendo tomadas, mas nós convocamos todas as pessoas a refletir e a entender que os tempos são outros. Nós não toleraremos mais essas violências sem darmos a devida resposta!”, concluiu.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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