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Dia de Iemanjá: conheça as raízes da celebração da rainha do mar no Brasil

De origem africana, a divindade é reverenciada anualmente em rituais que unem fé e resistência cultural
Celebração ao Dia de Iemanjá, na praia do Arpoador, em fevereiro de 2024. Neste ano, é esperado que mais de 25 mil devotos estejam presentes na festividade na região sul do Rio de Janeiro.

Celebração ao Dia de Iemanjá, na praia do Arpoador, em fevereiro de 2024. Neste ano, é esperado que mais de 25 mil devotos estejam presentes na festividade na região sul do Rio de Janeiro.

— Fernando Frazão/Agência Brasil

2 de fevereiro de 2025

O Dia de Iemanjá, celebrado neste domingo (2), tem raízes em uma tradição iniciada em 1923, na cidade de Salvador (BA). Pescadores da Colônia Z-1, do bairro Rio Vermelho, decidiram oferecer presentes à orixá para garantir fartura e proteção no mar. O costume cresceu e se tornou uma das mais importantes manifestações religiosas e culturais do Brasil. 

Hoje, a festa em Salvador é reconhecida como Patrimônio Cultural da cidade, reunindo milhares de fiéis e turistas na Praia do Rio Vermelho.

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Conhecida como a Rainha do Mar, Iemanjá é uma das divindades mais cultuadas nas religiões de matriz africana, como o candomblé. Seu nome tem origem no idioma iorubá, derivado da expressão Yéyé Omó Ejá, que significa “mãe cujos filhos são peixes”. 

Ela é associada à fertilidade, ao amor, à proteção dos pescadores e ao poder das águas, sendo considerada a mãe de quase todos os orixás. No sincretismo religioso, é comumente identificada com Nossa Senhora dos Navegantes e outras figuras do catolicismo.

Celebrações e resistência cultural

Além da Bahia, celebrações ocorrem em diversas regiões do país. No Rio de Janeiro, as homenagens a Iemanjá acontecem na virada do ano e em fevereiro, com cortejos na Praia de Copacabana e no Arpoador, onde fiéis depositam flores e oferendas no mar. 

No Rio Grande do Sul, a procissão em Porto Alegre é uma das mais tradicionais, reunindo seguidores de religiões afro-brasileiras e simpatizantes da cultura.

Os festejos em honra a Iemanjá são marcados por cânticos, danças, uso de roupas brancas e oferendas que incluem perfumes, espelhos, joias e flores. A crença popular diz que, se os presentes retornarem à areia, é sinal de que a orixá não os aceitou.

Nos últimos anos, as celebrações também se tornaram um espaço de resgate da ancestralidade africana. Em Salvador, uma nova escultura de Iemanjá, com traços negros e cabelos crespos, foi instalada na Colônia de Pescadores Z-1 para representar com mais fidelidade a divindade em sua origem africana.

Festividades no Arpoador

Neste ano, mais de 25 mil pessoas são esperadas na terceira edição do Dia de Iemanjá na Praia do Arpoador, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. O evento gratuito, que acontece das 8h às 22h, contará com apresentações do Afoxé Filhos de Gandhi, do projeto Samba de Caboclo e do cantor e compositor Pretinho da Serrinha, entre outras atrações.

Os surfistas locais prestarão homenagem a Iemanjá lançando flores ao mar às 17h. Ao mesmo tempo, 150 umbandistas de dez terreiros da região metropolitana estarão nas areias do Arpoador, oferecendo passes espirituais para quem desejar receber axé. Já na véspera, dia 1º de fevereiro, acontece a tradicional Lavagem do Arpoador, também conduzida pelo Afoxé Filhos de Gandhi​.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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