PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

PSOL denuncia gestão de Nunes à ONU por violar direitos humanos na Cracolândia

Parlamentares pedem derrubada imediata do muro e políticas públicas voltadas à reintegração social
Prefeitura e governo de São Paulo instalam grades na Cracolândia e delimitam espaço para usuários de drogas. A grade foi colocada na Rua dos Protestantes em junho de 2024. Bancada Feminista do PSOL denuncia gestão de Nunes à ONU por violação de direitos humanos na região.

Prefeitura e governo de São Paulo instalam grades na Cracolândia e delimitam espaço para usuários de drogas. A grade foi colocada na Rua dos Protestantes em junho de 2024. Bancada Feminista do PSOL denuncia gestão de Nunes à ONU por violação de direitos humanos na região.

— Paulo Pinto/Agência Brasil

4 de fevereiro de 2025

A Bancada Feminista do PSOL, mandato coletivo na Câmara Municipal de São Paulo, enviou uma denúncia à Organização das Nações Unidas (ONU) contra a gestão do prefeito Ricardo Nunes. O documento, protocolado no final de janeiro, aponta violações de direitos humanos na Cracolândia, agravadas pela construção de um muro na Rua General Couto Magalhães, na região central da capital paulista.

A estrutura de alvenaria, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, tem impactado diretamente a população em situação de vulnerabilidade. De acordo com a denúncia, o muro restringe o direito de ir e vir das pessoas que vivem na região e impede o acesso de profissionais da saúde, assistência social e organizações humanitárias que prestam serviços essenciais. 

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

A ausência dessas equipes compromete qualquer tentativa de oferecer condições mínimas de dignidade à população local, tornando a situação ainda mais insustentável.

Violência policial e internações compulsórias na Cracolândia

O documento enviado à ONU contém imagens que, segundo a Bancada Feminista, comprovam o uso excessivo de violência por parte da Guarda Civil Metropolitana (GCM) contra pessoas que circulam na Cracolândia. Além das abordagens truculentas, a denúncia também relata tentativas de internação compulsória, prática considerada arbitrária e violadora dos direitos individuais.

As parlamentares solicitaram que a ONU recomende ao Estado brasileiro, ao Governo do Estado de São Paulo e à Prefeitura a derrubada imediata do muro, a adoção de políticas públicas humanizadas e o fim das práticas repressivas na região.

“Já está provado que a política de polícia que a Prefeitura oferece à Cracolândia não está dando certo. Para que aquelas pessoas possam se reintegrar à sociedade é preciso uma política de trabalho, moradia e saúde física e mental”, afirma Letícia Lé, covereadora da Bancada Feminista e advogada autora da denúncia na ONU, em comunicado à imprensa.


A denúncia destaca que a Cracolândia é uma questão complexa, que não pode ser tratada apenas como questão de segurança pública. A falta de investimentos em moradia, emprego e atendimento especializado contribui para a perpetuação do ciclo de marginalização e dependência química.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano