Em janeiro, o preço dos itens básicos de consumo que compõem a cesta básica disparou em 13 das 17 capitais analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O maior crescimento foi em Salvador (6,22%), seguido por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%).
Apesar de não aparecer entre as cidades com as maiores altas, São Paulo segue como a capital com o conjunto de alimentos mais caro do país, custando R$ 851,82, ante R$ 841,29 em dezembro de 2024. O valor corresponde a 60% do atual salário mínimo, de R$ 1.518.
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Além de São Paulo, as capitais com os alimentos mais caros em janeiro foram Florianópolis (R$ 808,75), Rio de Janeiro (R$ 802,88) e Porto Alegre (R$ 770,63). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 571,43), Recife (R$ 598,72) e João Pessoa (R$ 618,64).
O Dieese atribui o aumento da cesta básica ao crescimento dos preços de três itens: o café em pó, que aumentou em todas as cidades nos últimos 12 meses; o tomate, que aumentou acima de 40% em quatro capitais; e o pão francês, que subiu em 16 das cidades pesquisadas nesse período.
Brasileiro precisa trabalhar mais de 100 horas para pagar cesta básica
Baseado no valor da cesta básica mais cara, que em janeiro foi a de São Paulo, o Dieese estima que o valor do salário mínimo necessário para suprir a despesa de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 7.156,15, ou seja, quatro vezes o valor do salário mínimo atual.
No primeiro mês de 2025, com o aumento de 7,5% no salário mínimo, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 103 horas e 34 minutos. Em dezembro de 2024, antes do reajuste, a jornada média era de 109 horas e 23 minutos, e, em janeiro de 2024, de 106 horas e 30 minutos.
Se comparado o custo da cesta básica e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador brasileiro comprometeu em média, em janeiro de 2025, 50,90% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos.
Em dezembro de 2024, com o salário mínimo de R$ 1.412, o trabalhador precisava usar 53,75% da renda líquida. Já em janeiro de 2024, o percentual ficou em 52,33%.