Há 35 anos, em 11 de fevereiro de 1990, Nelson Mandela deixava a prisão de Victor Verster, na África do Sul, após 27 anos de encarceramento. Sua libertação simbolizou o começo do fim do regime do Apartheid, um sistema de segregação racial que vigorou no país de 1948 a 1994. O evento, transmitido ao vivo para milhões de espectadores ao redor do mundo, representou um dos momentos mais emblemáticos do século XX.
O caminho até a prisão
Nelson Mandela, um dos principais líderes do Congresso Nacional Africano (CNA), tornou-se um dos maiores opositores do Apartheid. Nos anos 1950 e 1960, organizou campanhas de resistência pacífica e, posteriormente, aderiu à luta armada contra o governo racista sul-africano. Em 1962, foi preso e condenado por conspiração contra o Estado. Dois anos depois, recebeu sentença de prisão perpétua no Julgamento de Rivonia, acusado de sabotagem e tentativa de derrubar o regime.
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Mandela passou a maior parte do tempo encarcerado na Ilha de Robben, em condições precárias. Mesmo na prisão, tornou-se um símbolo internacional da luta pela igualdade racial e pelos direitos humanos. Seu nome mobilizou campanhas e sanções contra o regime sul-africano, impulsionando a pressão internacional por sua libertação.
A libertação de Mandela ocorreu em um contexto de mudanças políticas na África do Sul. Em 1989, Frederik Willem de Klerk assumiu a presidência e iniciou um processo de reforma, legalizando o CNA e outros partidos de oposição. A crescente pressão internacional e os protestos internos tornaram insustentável a manutenção do Apartheid.
Ao sair da prisão, Mandela fez seu primeiro discurso público na varanda da Prefeitura da Cidade do Cabo. Diante de milhares de apoiadores e câmeras do mundo inteiro, reforçou seu compromisso com a reconciliação e a luta pacífica pela democracia. Sua postura firme e conciliadora foi essencial para evitar uma guerra civil e garantir uma transição pacífica para um governo representativo.
O primeiro presidente negro da África do Sul
Quatro anos após sua libertação, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul, eleito democraticamente em 1994. Durante seu mandato, trabalhou pela unificação do país e pela reconstrução de uma nação marcada por décadas de segregação. Criou a Comissão da Verdade e Reconciliação, promovendo uma ideia de justiça sem revanchismo.
Seu governo deixou um legado de pacificação e desenvolvimento social. Mesmo após deixar a presidência, em 1999, seguiu atuando como um dos principais líderes globais na defesa dos direitos humanos e da paz.