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RJ: Bloco Tecnomacumba exalta religiões de matriz africana em desfile pela Pequena África

Agremiação exalta cultura afro-brasileira e percorre região histórica da Zona Portuária, com reunião de artistas e comunidades de terreiro
Imagem do Bloco Tecnomacumba durante desfile pela Pequena África, no Rio de Janeiro, no dia 15 de fevereiro de 2025.

Imagem do Bloco Tecnomacumba durante desfile pela Pequena África, no Rio de Janeiro, no dia 15 de fevereiro de 2025.

— Fernando Maia/Riotur

17 de fevereiro de 2025

O Bloco Tecnomacumba tomou as ruas da Saúde, no Centro do Rio de Janeiro, no último sábado (15), com a promoção de um cortejo que celebrou as tradições religiosas de matriz africana. O desfile teve como ponto de encontro o Cais do Valongo, reconhecido como Patrimônio da Humanidade e considerado a principal evidência material da chegada de africanos escravizados ao Brasil.

A cantora Rita Beneditto, idealizadora do bloco, comandou a festividade e comemorou a adesão dos foliões.

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“São 20 anos de Tecnomacumba celebrando as comunidades de terreiro. Que bom poder ter este desfile cheio e ver todos eles”, afirmou Beneditto em comunicado à imprensa.

O bloco nasceu de um projeto artístico da cantora, lançado há 22 anos, e se consolidou como uma manifestação cultural dentro do Carnaval carioca. Em sua segunda edição como bloco de rua, a agremiação contou com a participação da banda Cavaleiros de Aruanda e do grupo Filhas de Gandhy, além de artistas representando entidades da umbanda e do candomblé.

Cortejo percorre a Pequena África

O desfile seguiu por ruas da região conhecida como Pequena África, que engloba os bairros Saúde, Gamboa e Santo Cristo, áreas historicamente ocupadas por uma população majoritariamente negra. O trajeto passou por marcos simbólicos da cultura afro-brasileira, como o Cemitério dos Pretos Novos, os morros da Conceição e da Providência e a Pedra do Sal, berço do samba carioca.

Para Mãe Esther de Airá, uma das primeiras a chegar ao evento, o momento representou um reencontro com a história e a ancestralidade. “Conheço Rita há muito tempo e não podia deixar de prestigiar este desfile tão bonito e tão importante para nós de religião de matriz africana”, afirmou.


A sobrinha de Mãe Esther, Tamara dos Anjos, ressaltou a importância da Pequena África para a cultura afro-brasileira. “Este local é muito simbólico. Foi aqui que tudo começou e fiz questão de vir de vermelho, representando as pombas-giras que me acompanham e protegem meus caminhos”, destacou.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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