Na manhã desta segunda-feira (24), o secretário de Segurança Pública de São Paulo , Guilherme Derrite, anunciou que a pasta investigará a denúncia de racismo contra o vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL).
Ainda nesta segunda, Fábio Marcondes solicitou licença médica da função de vice-prefeito de São José do Rio Preto. Marcondes ainda pediu exoneração por tempo indeterminado do cargo de secretário de Obras, que também exercia na prefeitura.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Em nota publicada no X (antigo Twitter), o secretário de Segurança declarou que o Estado não deve tolerar a impunidade para casos de racismo.
“Foi instaurado um inquérito para apurar a denúncia de racismo contra um segurança do Palmeiras em Mirassol, depois de uma partida do Campeonato Paulista. Não podemos permitir que condutas racistas fiquem impunes em nosso estado”, declarou Derrite, em nota no X (antigo Twitter).
Foi instaurado um inquérito para apurar a denúncia de racismo contra um segurança do Palmeiras em Mirassol, depois de uma partida do Campeonato Paulista. Não podemos permitir que condutas racistas fiquem impunes em nosso estado.
— Guilherme Derrite (@DerriteSP) February 24, 2025
Entenda o caso
O político foi filmado proferindo insultos raciais contra um segurança do Palmeiras após uma partida do Campeonato Paulista, realizada em Mirassol (SP), no último domingo (23).
Durante a discussão, Marcondes chamou o funcionário de “macaco velho”, entre outros xingamentos. De acordo com os registros, os policiais militares presentes não interferiram na agressão.
Na gravação, o diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, aparece ao fundo e afirma que todos os presentes foram testemunhas do crime e sua autoria. “Vai ser todo mundo testemunha. Se ele chamou o cara de macaco, ele vai ser denunciado”, disse Barros.
Entidades repudiam a agressão
No domingo (23), a Sociedade Esportiva Palmeiras lamentou o ocorrido e pediu pela responsabilização do autor da “inaceitável ofensa racista”. O clube anunciou estar tomando as medidas necessárias.
“Não toleramos qualquer forma de discriminação e tomaremos todas as providências cabíveis, a começar pelo registro de Boletim de Ocorrência. Que o autor desta inaceitável ofensa racista seja rapidamente identificado e responsabilizado criminalmente.”
A Sociedade Esportiva Palmeiras lamenta informar que um dos seguranças do clube foi chamado de macaco na área de acesso aos vestiários do Estádio José Maria de Campos Maia, em Mirassol, após o jogo deste domingo (23).
— SE Palmeiras (@Palmeiras) February 24, 2025
Não toleramos qualquer forma de discriminação e tomaremos… pic.twitter.com/bQ79KMBGD6
O comunicado da Federação Paulista de Futebol (FFP) anunciou que acompanhará o caso, além de oferecer apoio à vítima.
“É com revolta e profunda tristeza que recebemos a informação de que um novo caso de racismo ocorreu no futebol de São Paulo. […] A Federação Paulista de Futebol vem a público repudiar e condenar o ato praticado e acompanhará o caso, para que o autor deste crime seja identificado e responsabilizado com o maior rigor da lei”, diz trecho da nota.