Foram marcados para o próximo sábado, dia 5, os protestos contra o brutal assassinato do trabalhador congolês Moïse Kabagambe, dia 24, porque cobrou R$200 por dois dias de trabalho no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Moïse tinha 24 anos e estava no Brasil desde 2014. A polícia prendeu três suspeitos de participarem do espancamento que durou vários minutos, com pedaços de madeira e um taco de basebol. Após a morte de dele, o quiosque continuou funcionando normalmente.
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De acordo com a polícia, as imagens gravadas estão em investigação, além disso, as testemunhas também estão sendo ouvidas para tentar identificar os agressores, que podem ser de cinco a oito pessoas. Nas gravações, o horário registrado do início das agressões é 22h26.
No Rio de Janeiro, o ato é convocado pelos familiares do trabalhador congolês e entidades do movimento negro organizado, a concentração sera às 10h, em frente ao quiosque, que fica no posto Oito da Barra da Tijuca. Em São Paulo, o protesto é organizado pela comunidade congolesa, movimentos imigrantes e movimentos negros. O ponto de encontro será o vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo) também às 10h.
Na tarde do dia 1º de fevereiro, o dono do quiosque foi ouvido na 16ª delegacia de polícia (Barra da Tijuca) e afirmou não conhecer os agressores de Moïse, além disso, contou que não havia diárias de trabalho não pagas.
O jovem foi espancado e o corpo dele foi amarrado e deixado perto de uma escada. A família só soube da sua morte 12 horas após o crime. No IML (Instituto Médico Legal), eles descobriram que os órgãos do jovem foram retirados sem autorização.
Um dos envolvidos no crime, chamado Alison, que se entregou na delegacia nesta terça-feira (1º), gravou um vídeo dizendo que não tinham a intenção de matar o imigrante e que estariam separando uma briga entre ele e um senhor que estaria no quiosque ao lado, no entanto, essa versão não condiz com as imagens que foram gravadas pelas câmeras de segurança.