As Rondas Especiais (Rondesp) da Polícia Militar da Bahia (PMBA) deflagraram uma operação que resultou na morte de 12 pessoas em Salvador na terça-feira (4), último dia de Carnaval. A ação ocorreu no bairro Fazenda Coutos e interrompeu a circulação de transporte coletivo na região até esta quarta (5). Esta é a centésima ocorrência de chacina desde 2022, segundo o Instituto Fogo Cruzado.
A chacina aconteceu durante a madrugada, no subúrbio ferroviário da capital baiana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a atuação dos policiais aconteceu após a denúncia de que um grupo criminoso havia invadido a área, em uma disputa de facções.
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Ainda de acordo com a pasta, houve reação armada das 12 vítimas, que teriam mantido um suposto confronto com os policiais. Os alvejados foram levados ao Hospital Milton Santos, mas não resistiram aos ferimentos. Um arsenal de armamentos teria sido apreendido pelos policiais militares após a ocorrência.
A Alma Preta tentou contato com a SSP-BA para obter mais informações sobre a motivação das 12 mortes e esclarecimentos sobre o encaminhamento dado aos policiais militares envolvidos na ação. Até a publicação deste texto, não houve resposta.
Segunda maior chacina policial em Salvador
O Instituto Fogo Cruzado aponta que esta é centésima chacina registrada na Região Metropolitana de Salvador (RMS) desde 2022, ano em que a organização iniciou o monitoramento na área. O ocorrido também é destacado como a segunda maior chacina no período analisado.
A organização define como chacina um evento em que três ou mais civis são mortos a tiros na mesma situação, independentemente da motivação. As mortes são classificadas como chacinas policiais quando acontecem durante ações das forças de segurança.
O bairro Fazenda Couto é apontado pelo instituto como uma das regiões com mais ocorrências de chacina, com três casos. Do total, cerca de 66,66% das ocorrências foram ocasionadas por policiais militares.