PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mulheres negras recebem 115% a menos do que homens brancos, aponta Dieese

Segundo a pesquisa da Dieese, mulheres negras com educação superior completa também recebem menos do que mulheres brancas, homens brancos e negros
A foto mostra mulheres negras durante a Marcha das Mulheres Negras no Rio de Janeiro, em agosto de 2024.

A foto mostra mulheres negras durante a Marcha das Mulheres Negras no Rio de Janeiro, em agosto de 2024.

— Tânia Rêgo / Agência Brasil

10 de março de 2025

No último ano, o recebimento médio das mulheres brasileiras foi cerca de 22% a menos do que o valor pago aos homens, com uma diferença de R$ 762 por mês. No caso das negras, a porcentagem salta para 115%, uma distinção de mais de R$ 1,5 mil.

As informações são de um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE).

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Segundo o relatório, as mulheres negras compõem o grupo com menor salário entre a população. Em relação aos homens negros, a disparidade foi a menor detectada, com um decréscimo de aproximadamente 25,84%. Já em relação às brancas, o recebimento médio mensal das mulheres negras foi 60,66% menor.

A diferença se mantém entre as pessoas ocupadas e com o ensino superior completo. Em média, as mulheres brancas que concluíram o ensino superior ganharam 9,3% a menos por mês do que os homens negros (R$ 5.991) e 61,53% do que os brancos (R$ 8.849).

As mulheres negras também se destacam por protagonizar o grupo mais vulnerável ao desemprego, e a maioria entre as categorias de mão de obra subutilizada. Quase um quarto (23,2%) delas estava em uma das três categorias de mão de obra subutilizada.

Ainda que as taxas de desocupação tenham atingido níveis historicamente baixos, 3,7 milhões de mulheres estavam sem trabalho e em busca ativa de uma colocação no mercado de trabalho em 2024, representando um índice feminino e masculino de, respectivamente, 7,7% e 5,3%. 

Para as mulheres negras, a desocupação atingiu o maior patamar, com 9,3%. O percentual é mais que o dobro do índice de homens negros desocupados, que somou 4,4%.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano