No último ano, o recebimento médio das mulheres brasileiras foi cerca de 22% a menos do que o valor pago aos homens, com uma diferença de R$ 762 por mês. No caso das negras, a porcentagem salta para 115%, uma distinção de mais de R$ 1,5 mil.
As informações são de um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE).
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Segundo o relatório, as mulheres negras compõem o grupo com menor salário entre a população. Em relação aos homens negros, a disparidade foi a menor detectada, com um decréscimo de aproximadamente 25,84%. Já em relação às brancas, o recebimento médio mensal das mulheres negras foi 60,66% menor.
A diferença se mantém entre as pessoas ocupadas e com o ensino superior completo. Em média, as mulheres brancas que concluíram o ensino superior ganharam 9,3% a menos por mês do que os homens negros (R$ 5.991) e 61,53% do que os brancos (R$ 8.849).
As mulheres negras também se destacam por protagonizar o grupo mais vulnerável ao desemprego, e a maioria entre as categorias de mão de obra subutilizada. Quase um quarto (23,2%) delas estava em uma das três categorias de mão de obra subutilizada.
Ainda que as taxas de desocupação tenham atingido níveis historicamente baixos, 3,7 milhões de mulheres estavam sem trabalho e em busca ativa de uma colocação no mercado de trabalho em 2024, representando um índice feminino e masculino de, respectivamente, 7,7% e 5,3%.
Para as mulheres negras, a desocupação atingiu o maior patamar, com 9,3%. O percentual é mais que o dobro do índice de homens negros desocupados, que somou 4,4%.