Entidades sindicais de defesa dos direitos trabalhistas iniciaram uma campanha nacional de mobilização contra a escala de trabalho 6×1, tema do projeto de lei protocolado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados em fevereiro.
A articulação é promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), em colaboração com a Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT (Contac/CUT) e a União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (UITA).
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As entidades defendem que a alteração no regime trabalhista 6×1, no qual o trabalhador cumpre seis dias consecutivos de expediente para um dia de descanso, seja realizada sem a redução salarial.
Em nota, a UITA destaca que a mobilização é necessária para pressionar os parlamentares e garantir que as propostas de lei sobre o tema avancem no Congresso.
“A luta está só começando, e a categoria da alimentação não pode ficar de fora. Precisamos unificar nossas ações com outras categorias e com toda a sociedade para fazer essa mudança acontecer”, diz trecho do comunicado.
Fim da escala 6×1 no Congresso
Além da iniciativa da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e do vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), existem outros dois projetos em tramitação que visam diminuir a carga horária do trabalho no Brasil.
De autoria do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 221/2019 aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). A iniciativa propõe alterar uma emenda constitucional para reduzir a jornada de trabalho para 36 horas semanais em 10 anos.
O Projeto de Lei (PL) 67/2025 foi apresentado pela deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS) e propõe alterar a Consolidação das Leis do Trabalho para fixar a carga horária de, no máximo, quarenta horas semanais com, ao menos, dois dias semanais de repouso remunerado.
O PL também é de autoria dos deputados Daniel Almeida (PCdoB-BA), Orlando Silva (PCdoB-SP), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Alice Portugal (PCdoB-BA), Rejane de Almeida (PCdoB-RJ) e Márcio Jérry (PCdoB-MA), e aguarda relatoria na Comissão de Trabalho (CTRAB).
65% dos brasileiros apoiam a redução escala 6×1
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Nexus na segunda-feira (10), 65% da população brasileira é a favor da extinção do modelo de trabalho 6×1. O levantamento ouviu 2 mil pessoas presencialmente, e apresenta um grau de confiança de 95%.
Outros 27% dos entrevistados se posicionaram contrários à redução da jornada de trabalho, e outros 5% não se manifestaram favoráveis ou contra a medida. As mulheres (68%) que ganham até um salário mínimo (70%) representaram a maioria entre os que apoiam a redução.
Entre as pessoas que estão inseridas de modo formal ou informal no mercado de trabalho, cerca de 66% foram favoráveis às propostas. Já entre os desempregados, o percentual sobe para 73%.