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Entidades trabalhistas lançam campanha pelo fim da escala 6×1 e sem redução salarial

Segundo uma nova pesquisa, 65% da população brasileira é a favor da extinção do atual regime de trabalho
Mulher ergue um cartaz pela redução da jornada de trabalho na multidão, durante manifestação contra escala 6x1 no Rio de Janeiro, em novembro de 2024

Mulher ergue um cartaz pela redução da jornada de trabalho na multidão, durante manifestação contra escala 6x1 no Rio de Janeiro, em novembro de 2024

— Letycia Bond/Agência Brasil

12 de março de 2025

Entidades sindicais de defesa dos direitos trabalhistas iniciaram uma campanha nacional de mobilização contra a escala de trabalho 6×1, tema do projeto de lei protocolado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) na Câmara dos Deputados em fevereiro.

A articulação é promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), em colaboração com a Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação da CUT (Contac/CUT) e a União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (UITA).

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As entidades defendem que a alteração no regime trabalhista 6×1, no qual o trabalhador cumpre seis dias consecutivos de expediente para um dia de descanso, seja realizada sem a redução salarial.

Em nota, a UITA destaca que a mobilização é necessária para pressionar os parlamentares e garantir que as propostas de lei sobre o tema avancem no Congresso. 

“A luta está só começando, e a categoria da alimentação não pode ficar de fora. Precisamos unificar nossas ações com outras categorias e com toda a sociedade para fazer essa mudança acontecer”, diz trecho do comunicado.

Fim da escala 6×1 no Congresso

Além da iniciativa da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e do vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ), existem outros dois projetos em tramitação que visam diminuir a carga horária do trabalho no Brasil. 

De autoria do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 221/2019 aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). A iniciativa propõe alterar uma emenda constitucional para reduzir a jornada de trabalho para 36 horas semanais em 10 anos.

O Projeto de Lei (PL) 67/2025 foi apresentado pela deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS) e propõe alterar a Consolidação das Leis do Trabalho para fixar a carga horária de, no máximo, quarenta horas semanais com, ao menos, dois dias semanais de repouso remunerado.

O PL também é de autoria dos deputados Daniel Almeida (PCdoB-BA), Orlando Silva (PCdoB-SP), Renildo Calheiros (PCdoB-PE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Alice Portugal (PCdoB-BA), Rejane de Almeida (PCdoB-RJ) e Márcio Jérry (PCdoB-MA), e aguarda relatoria na Comissão de Trabalho (CTRAB).

65% dos brasileiros apoiam a redução escala 6×1

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Nexus na segunda-feira (10), 65% da população brasileira é a favor da extinção do modelo de trabalho 6×1. O levantamento ouviu 2 mil pessoas presencialmente, e apresenta um grau de confiança de 95%.

Outros 27% dos entrevistados se posicionaram contrários à redução da jornada de trabalho, e outros 5% não se manifestaram favoráveis ou contra a medida. As mulheres (68%) que ganham até um salário mínimo (70%) representaram a maioria entre os que apoiam a redução.

Entre as pessoas que estão inseridas de modo formal ou informal no mercado de trabalho, cerca de 66% foram favoráveis às propostas. Já entre os desempregados, o percentual sobe para 73%.

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  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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