A deputada federal Dandara (PT-MG) foi eleita presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados na quarta-feira (19). Com 11 votos favoráveis, a parlamentar assume o cargo em um ano em que a Amazônia estará no centro das discussões globais, com a realização da COP 30, a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, prevista para novembro, em Belém.
Dandara destacou a necessidade de garantir financiamento climático adequado e proteção aos territórios amazônicos. “Assumo esta presidência em um momento único para o Brasil e para o futuro da nossa Amazônia. O ano de 2025 nos coloca no centro das atenções globais sobre justiça climática e desenvolvimento sustentável, com a realização da COP 30, em Belém”, afirmou à Alma Preta.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Entre as principais pautas da comissão, a deputada citou o combate ao desmatamento e à degradação ambiental, o fortalecimento da economia das florestas e a demarcação dos territórios indígenas e quilombolas. “Não há solução para a crise climática sem assegurar terra, direitos e dignidade para quem protege nossas florestas há séculos”, acrescentou.
Dandara, de 31 anos, nasceu em Gurinhatã, no Triângulo Mineiro, e é professora. Eleita para o primeiro mandato na Câmara, ela foi vice-líder da federação partidária integrada por PT, PV e PC do B. Antes de chegar ao Congresso, teve sua primeira experiência parlamentar como vereadora de Uberlândia (MG), em 2021. Atualmente, também é titular da Secretaria da Mulher e da Bancada Negra.
Protagonismo dos povos originários
A deputada defendeu a centralidade dos povos originários e comunidades tradicionais na preservação dos ecossistemas. “Mais do que um evento internacional, esta é uma oportunidade histórica para reafirmarmos nosso compromisso com a proteção da Amazônia e a centralidade dos povos originários e comunidades tradicionais na preservação dos ecossistemas”, afirmou Dandara.
A parlamentar pretende que a comissão assuma um papel estratégico nos debates sobre a Amazônia, promovendo audiências e seminários para uma “escuta ativa” da população. Além disso, a comissão deve participar ativamente da COP 30, reforçando o compromisso do Brasil com a justiça climática e o desenvolvimento sustentável.
“Aqui, nesta comissão, nossa luta será para que os povos originários e tradicionais sejam protagonistas das decisões que afetam seus territórios e modos de vida. A floresta em pé, nossas águas limpas, nossos territórios tradicionais reconhecidos e titulados são o verdadeiro passaporte para o futuro”, concluiu.