Em 2024, foram registrados cerca de 1.450 feminicídios e 2.484 lesões corporais seguidas de homicídios dolosos de mulheres no Brasil. Segundo o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), do Ministério das Mulheres, as negras representaram 60,4% de todas as mulheres vítimas de violência na idade adulta.
A nova edição do documento, lançado pela pasta na última terça-feira (25), apresenta sete eixos temáticos voltados à divulgação de indicadores sobre todas as formas de violência contra as mulheres, baseados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan/MS).
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De acordo com o Raseam, os índices da violência de gênero direcionada às mulheres negras ressaltam a maneira diferente como o machismo se manifesta de acordo com o recorte de racial das vítimas.
No último ano, as mulheres brancas representaram 37,5% dos casos de violência, que incluem registros de violências doméstica, sexual ou outras violências contra mulheres de 20 a 59 anos.
“Esses dados evidenciam a sobreposição de vulnerabilidades para as mulheres negras, resultado de desigualdades raciais e socioeconômicas”, diz trecho do levantamento.
A pesquisa destaca que os principais agressores das mulheres são os homens. Em 76,6% dos casos de violências contra mulheres registrados no último ano, o agressor era do sexo masculino. Em 2023, cerca de 71,6% das notificações de violência contra mulheres ocorreram dentro de casa.
O país contabilizou 71.892 casos de estupro em 2024, número que equivale a, em média, mais de 190 ocorrências diárias. Apesar do valor expressivo, os casos de estupro apresentaram uma redução de 1,4% em relação a 2023.