PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

‘Pretinha’: filme sergipano mistura afrofuturismo e drama periférico em curta-metragem

Obra dirigida por Fellipe Paixão aborda luto, identidade negra e violência policial através de uma escola afrofuturista; estreia prevista para o segundo semestre de 2025
Equipe e elenco do curta-metragem "Pretinha", que será lançado no segundo semestre de 2025.

Equipe e elenco do curta-metragem "Pretinha", que será lançado no segundo semestre de 2025.

— Robério Luis/Divulgação

14 de abril de 2025

O curta-metragem sergipano “Pretinha“, dirigido por Fellipe Paixão e produzido por Gustavo Rayner, narra a trajetória de Leandro, jovem negro da periferia sergipana, que enfrenta o luto pela perda do pai morto em uma operação policial. A história se desenrola a partir da relação entre Leandro e seu psicólogo escolar, Pedro, criando um espaço de acolhimento e reconstrução de identidade.

Com lançamento previsto para o circuito de festivais no segundo semestre de 2025, o filme mistura drama com elementos de afrofuturismo e aposta no que chama de “falseamento fabular”, criando camadas simbólicas para abordar temas como masculinidade, trauma, pertencimento e futuro.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Equipe majoritariamente negra e periférica

Pretinha conta com uma equipe formada em sua maioria por profissionais negros e periféricos. O elenco é liderado por Cícero Lucas, reconhecido por sua atuação em “Marte Um” (2022), longa que representou o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar 2023. Wendell Campos interpreta o psicólogo Pedro, figura que ajuda o protagonista a reconfigurar sua trajetória. Completam o elenco Davi Willian, Kênia Freitas, Quésia Souza, Abiúdo e Hawk.

O projeto foi aprovado em primeiro lugar na Lei Paulo Gustavo do estado de Sergipe e conta com o apoio do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE), AVMakers e financiamento do YouTube.

Exibições em comunidades e impacto social

Além dos festivais, Pretinha será exibido gratuitamente em quilombos, escolas e comunidades periféricas, promovendo debates e oficinas sobre cinema, identidade e questões raciais. A proposta da equipe é gerar impacto social por meio da arte, abordando temas como violência policial, racismo estrutural e saúde mental da juventude negra.

A ambientação do filme se dá em uma escola afrocentrada, construída com referências visuais inspiradas em saberes africanos e elementos da cultura afro-brasileira. A fotografia e a direção de arte exploram cores vibrantes e simbologias que propõem um espaço-tempo alternativo onde o passado ancestral e o futuro imaginado coexistem.

Diretor aprofunda pesquisa sobre identidade e pertencimento

Fellipe Paixão nasceu no povoado Tabocas, em Nossa Senhora do Socorro (SE), e é formado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal de Sergipe. Com foco em narrativas que abordam o protagonismo negro, o pertencimento e a ressignificação da masculinidade, Fellipe é fundador do coletivo de cinema Agora Seremos e do selo musical Funkytown.

Em 2023, co-dirigiu o curta Alive, selecionado para a 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes e para o 52º Festival de Cinema de Gramado. Com Pretinha, o diretor aprofunda sua pesquisa estética e propõe um olhar inovador sobre a juventude negra nordestina.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano