Em visita ao Consulado-Geral do Brasil em Nova Iorque, na terça-feira (15), a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) defendeu mudanças no atendimento prestado aos brasileiros que vivem no exterior. O encontro contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e integrou a agenda da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados (CMMIR), da qual a parlamentar é integrante.
Durante a reunião, Carol chamou atenção para a sub-representação de mulheres, pessoas negras e LGBTQIAPN+ nos quadros do consulado, sobretudo em cargos de liderança. Para a deputada, a ausência de formações antirracistas e com recorte de gênero compromete a oferta de um serviço público sensível e equitativo.
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“É essencial que o consulado brasileiro reflita os princípios constitucionais de igualdade e dignidade humana — inclusive fora do território nacional. Isso exige mudanças estruturais, formação adequada e políticas públicas voltadas à diáspora”, afirmou na ocasião.
Racismo institucional e vulnerabilidade da diáspora
A deputada também alertou para as vulnerabilidades enfrentadas por brasileiros em Nova Iorque, como mulheres negras, trabalhadoras domésticas, pessoas trans e vítimas de violência. Segundo ela, o racismo institucional pode se reproduzir nos serviços consulares, mesmo que de forma velada.
“O consulado deve estar apto a acolher denúncias de violência doméstica, assédio, exploração trabalhista e discriminação racial”, defendeu Carol.
Ela ainda criticou a falta de articulação com organizações da sociedade civil, coletivos da diáspora negra e movimentos feministas, e cobrou programas específicos para proteção de minorias brasileiras no exterior. Para a deputada, a ausência de ações afirmativas impede que o consulado atue de forma eficiente frente às diversas realidades enfrentadas por cidadãos brasileiros.
Outro ponto de destaque foi a necessidade de coleta e análise de dados desagregados por raça e gênero no atendimento consular. “Sem diagnóstico, não há política pública eficaz. As mulheres negras brasileiras na diáspora seguem invisíveis aos olhos do Estado — e isso precisa mudar com urgência”, concluiu.