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Carol Dartora cobra políticas antirracistas e de gênero no consulado brasileiro em Nova Iorque

Deputada federal defende mudanças estruturais no serviço prestado a brasileiros no exterior e critica ausência de ações afirmativas
A deputada federal Carol Dartora em visita ao Consulado-Geral do Brasil em Nova Iorque.

A deputada federal Carol Dartora em visita ao Consulado-Geral do Brasil em Nova Iorque.

— Divulgação/Carol Dartora

16 de abril de 2025

Em visita ao Consulado-Geral do Brasil em Nova Iorque, na terça-feira (15), a deputada federal Carol Dartora (PT-PR) defendeu mudanças no atendimento prestado aos brasileiros que vivem no exterior. O encontro contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e integrou a agenda da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados (CMMIR), da qual a parlamentar é integrante.

Durante a reunião, Carol chamou atenção para a sub-representação de mulheres, pessoas negras e LGBTQIAPN+ nos quadros do consulado, sobretudo em cargos de liderança. Para a deputada, a ausência de formações antirracistas e com recorte de gênero compromete a oferta de um serviço público sensível e equitativo.

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“É essencial que o consulado brasileiro reflita os princípios constitucionais de igualdade e dignidade humana — inclusive fora do território nacional. Isso exige mudanças estruturais, formação adequada e políticas públicas voltadas à diáspora”, afirmou na ocasião.

Racismo institucional e vulnerabilidade da diáspora

A deputada também alertou para as vulnerabilidades enfrentadas por brasileiros em Nova Iorque, como mulheres negras, trabalhadoras domésticas, pessoas trans e vítimas de violência. Segundo ela, o racismo institucional pode se reproduzir nos serviços consulares, mesmo que de forma velada.

“O consulado deve estar apto a acolher denúncias de violência doméstica, assédio, exploração trabalhista e discriminação racial”, defendeu Carol.

Ela ainda criticou a falta de articulação com organizações da sociedade civil, coletivos da diáspora negra e movimentos feministas, e cobrou programas específicos para proteção de minorias brasileiras no exterior. Para a deputada, a ausência de ações afirmativas impede que o consulado atue de forma eficiente frente às diversas realidades enfrentadas por cidadãos brasileiros.


Outro ponto de destaque foi a necessidade de coleta e análise de dados desagregados por raça e gênero no atendimento consular. “Sem diagnóstico, não há política pública eficaz. As mulheres negras brasileiras na diáspora seguem invisíveis aos olhos do Estado — e isso precisa mudar com urgência”, concluiu.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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