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Polícia conclui que jogadora do Inter arremessou casca de banana por impulso e não por racismo

Investigação aponta que atitude de ex-jogadora do Internacional foi impulsiva, sem intenção discriminatória, mas Internacional é punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva
Pedaço de banana atirado pela torcida do Internacional no banco do Sport foi entregue a árbitra Andressa Hartmann.

Pedaço de banana atirado pela torcida do Internacional no banco do Sport foi entregue a árbitra Andressa Hartmann.

— Reprodução/TV Brasil

24 de abril de 2025

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu que não houve dolo discriminatório no caso do arremesso de uma banana durante o jogo entre Internacional e Sport, pelo Campeonato Brasileiro Feminino, em 31 de março. 

Inicialmente, o Sport repudiou o ato como “covarde e racista” e registrou um Boletim de Ocorrência. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também condenou o episódio e solicitou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que o Internacional cumprisse três partidas com portões fechados, ou seja, sem torcida, medida que foi acatada.

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Segundo o inquérito da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância de Porto Alegre, a autora do arremesso é uma jovem de 18 anos, ex-jogadora da base do Internacional. Ela teria lançado um copo plástico com casca de banana em direção ao banco de reservas do Sport como um gesto impulsivo, motivado pela frustração com o gol sofrido pelo time gaúcho​.

O inquérito ouviu cinco jogadoras do Sport, que confirmaram não ter ouvido insultos racistas durante o jogo. Imagens de segurança mostraram que o copo caiu entre as cadeiras da arquibancada, e a casca de banana seguiu em direção ao banco de reservas. 

Desfecho sem tipificação criminal

A delegada responsável descartou a tipificação de crime de racismo. O caso foi enquadrado como infração à Lei Geral do Esporte, por causar tumulto durante evento esportivo. O relatório foi enviado ao Juizado do Torcedor para adoção das medidas cabíveis​.

Apesar do encerramento do inquérito, a repercussão levou o STJD a punir o Internacional com três jogos com portões fechados, decisão que ainda pode ser objeto de recurso.

O Internacional rescindiu o contrato da atleta no mesmo dia do ocorrido. O Sport, por sua vez, optou por não se pronunciar após a conclusão do inquérito.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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