A Mocidade Unida da Mooca (MUM) confirmou que seu enredo para o Carnaval de 2026 será uma homenagem ao Geledés Instituto da Mulher Negra e à força das mulheres negras do Brasil. Com o título “GÈLÈDÉS – Agbara Obinrin”, que em iorubá remete ao poder do feminino, a escola fará sua estreia no Grupo Especial com um desfile que exaltará trajetórias de coragem, saberes ancestrais e resistência social.
A escola, sediada na zona leste de São Paulo, conquistou em 2025 a segunda vaga para o Grupo Especial após alcançar 269,8 pontos com o desfile em homenagem a Ailton Krenak.
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Em março, o líder indígena participou do desfile vestindo o fardão da Academia Brasileira de Letras. Essa é a primeira vez que a agremiação obtém acesso à elite do carnaval paulistano desde sua entrada no Grupo de Acesso I, em 2019.
Enredo destaca o legado de Sueli Carneiro
Fundado há 37 anos, o Geledés se consolidou como uma das principais organizações antirracistas e feministas do país. Entre suas fundadoras está Sueli Carneiro, filósofa, escritora e ativista, cuja trajetória será um dos pilares do enredo.
A agremiação descreve a escolha como uma forma de transformar a luta em samba e dar visibilidade a histórias que moldaram o país fora dos espaços convencionais de poder.
“Vamos homenagear o Instituto Geledés e a potência das mulheres negras brasileiras que movem a história com coragem, sabedoria e resistência”, afirma o texto de apresentação do enredo nas redes sociais da escola.
Segundo a MUM, o desfile trará referências às sociedades secretas africanas, aos terreiros, becos de resistência, salas de aula e espaços de poder ocupados por mulheres negras que “criam, nutrem, ensinam e abrem caminhos”.
O enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Renan Ribeiro, com texto de Thayssa Menezes, recém-contratada como enredista. A dupla terá o desafio de traduzir para a avenida o legado político e cultural de uma das maiores referências do pensamento negro no Brasil contemporâneo.
A escola também destacou que o desfile será uma celebração da “força invisível que transforma o mundo” e pretende manter o tom crítico que tem marcado os últimos trabalhos da MUM.